Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/02/2008
Um grupo de cientistas da Inglaterra e da Alemanha descobriu como utilizar moléculas de DNA para construir motores que poderão impulsionar nanorrobôs. As pirâmides nanoscópicas alteram seu formato quando recebem diferentes sinais químicos, podendo funcionar como uma espécie de pistão que impulsiona o robô.
Nanorrobôs
Apesar das inúmeras possibilidades de uso, principalmente no campo da biomedicina, os nanorrobôs ainda se situam na nebulosa fronteira entre a ficção científica e a realidade. Além da própria dificuldade técnica para sua fabricação, prover a energia para seu funcionamento é outro grande desafio.
Motores moleculares
É daí que surge o grande interesse nos resultados apresentados pela equipe do Dr. Andrew Turberfield, da universidade inglesa de Oxford e seus colegas da Universidade de Bielefeld, na Alemanha. A utilização de moléculas orgânicas significa que esses motores moleculares poderão ser alimentados quimicamente no próprio ambiente em que se encontram, sem depender de baterias.
"Tetraedros de DNA são blocos naturais para a construção em três dimensões. Eles podem ser sintetizados rapidamente com alto rendimento [...] e sua arquitetura triangular lhes confere estabilidade estrutural," afirmam os cientistas. "A introdução de módulos estruturais de formato flexível abre novas avenidas para a manipulação da matéria em escala nanométrica."
Pistões de DNA
As pirâmides de DNA foram construídas a partir da união de quatro pequenos "suportes" de DNA que se juntam nas extremidades. O processo de fabricação dos tetraedros é caracterizado como uma automontagem, porque as porções de DNA usam naturalmente suas bases complementares para formar degraus em uma estrutura parecida com uma escada. Basta deixar as bases corretas expostas nos degraus para que as escadas se juntem autonomamente na foram de pirâmides.
Motor de DNA
Um outro "pilar" de DNA, fixado no meio da estrutura, funciona como o pistão do motor de DNA, fazendo com que a pirâmde mude de formato ao se contrair. Esse pilar pode ser controlado adicionando-lhe uma seqüência diferente de DNA, que faz com que ele retorne ao seu tamanho original. A repetição do processo dá o movimento ao motor molecular.