Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/07/2022
Motor de DNA
Pesquisadores alemães construíram o primeiro motor elétrico molecular usando o método de origami de DNA.
A nanomáquina feita de material genético monta-se sozinha, seguindo as instruções codificadas pelos pesquisadores nas moléculas sintéticas de DNA.
Depois de pronto, ele é acionado como qualquer motor elétrico, convertendo a energia elétrica em energia cinética - os nanomotores construídos até agora são controlados por luz, calor ou magnetismo.
Outro destaque é a capacidade de controle, difícil de se obter em nanomáquinas: O motor de DNA pode não apenas ser ligado e desligado, mas é possível também controlar sua velocidade e até seu sentido de rotação.
"Se desenvolvermos ainda mais o motor, poderemos possivelmente usá-lo no futuro para conduzir reações químicas definidas pelo usuário, inspiradas em como a ATP sintase faz o ATP acionada por rotação. Então, por exemplo, superfícies poderão ser densamente revestidas com esses motores; então você adiciona os materiais de partida, aplica uma pequena tensão CA e os motores produzem o composto químico desejado," prevê o professor Hendrik Dietz, da Universidade Técnica de Munique.
Nanomotor elétrico de DNA
O nanomotor elétrico é composto por três componentes: base, plataforma e braço do rotor.
A base tem aproximadamente 40 nanômetros de altura e é fixada a uma placa de vidro em solução por meio de ligações químicas. O braço do rotor, com cerca de 500 nanômetros de comprimento, é montado na base, para que possa girar.
O outro componente, a plataforma, é fundamental para que o motor funcione, conectando o braço do rotor à base. Essa plataforma contém saliências que influenciam o movimento do braço do rotor. Para ultrapassar as saliências e girar, o braço do rotor deve dobrar um pouco para cima, semelhante a uma catraca.
Com a energia desligada, os braços do rotor movem-se aleatoriamente em uma direção ou outra, acionados por colisões aleatórias com moléculas do solvente no qual o motor inteiro precisa ficar mergulhado.
Assim que a chave é ligada, liberando uma corrente alternada, os braços do rotor giram de maneira direcionada e contínua. A velocidade máxima atingida pelo motor de DNA foi de 250 rpm.
Catraca browniana
O movimento direcional resulta de uma superposição da força elétrica oscilante (alternada) com as forças experimentadas pelo braço do rotor devido aos obstáculos da catraca - esse mecanismo é conhecido como "catraca browniana intermitente".
A velocidade e a direção da rotação podem ser controladas invertendo a direção do campo elétrico ou através da frequência e da amplitude da tensão alternada.
"O novo motor tem capacidades mecânicas sem precedentes: Ele pode atingir torques na faixa de 10 piconewtons vezes nanômetro. E pode gerar mais energia por segundo do que é liberada quando duas moléculas de ATP são divididas," disse o pesquisador Ramin Golestanian.