Com informações do Portal Brasil/MCTI - 20/03/2015
Estrutura institucional
Os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - países que integram os Brics - assinaram um memorando de entendimento para institucionalizar a cooperação dos países na área.
O ministro Aldo Rebelo ressaltou possíveis áreas de pesquisas a serem exploradas pelos países que compõem o bloco. "Energias renováveis e prevenção e mitigação de desastres naturais, por exemplo, são grandes desafios não apenas para nós, mas para toda a humanidade," afirmou.
Segundo o subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, o memorando de entendimento cria uma estrutura institucional para canalizar a cooperação.
A intenção, acrescentou o embaixador, é a de que esses resultados "possam efetivamente ser alcançados, a partir dessa estrutura e de outros canais, como um fórum de jovens cientistas sugerido pela Índia."
Rússia
Pela segunda vez na presidência rotativa do bloco, a Rússia tem como objetivos gerais, segundo sua representante, Ludmila Ogorodova, lançar o banco de desenvolvimento dos Brics, coordenar a estratégia de parceria econômica e planejar sua possível estrutura parlamentar.
Em CT&I, a Rússia propôs uma série de simpósios, fóruns e conferências para estabelecer mecanismos de integração nas cinco áreas temáticas de trabalho da cooperação: mudanças climáticas e prevenção de desastres naturais, a cargo do Brasil; recursos hídricos e ecologia, sob a responsabilidade da Rússia; tecnologia geoespacial e suas aplicações, com liderança da Índia; energias alternativas e renováveis, atribuídas à China; e astronomia, coordenada pela África do Sul.
"A presidência russa dos Brics sugere uma integração cada vez maior em CT&I, com grande potencial para os países continuarem a aumentar suas produções científicas por meio de mecanismos específicos e instrumentos de cooperação multilateral", detalhou. "Hoje, os cinco países desenvolvem parcerias de forma bilateral, mas a direção ideal seria o multilateralismo. Esse conceito deverá envolver ministérios e institutos de pesquisa."
África do Sul
A ministra sul-africana de Ciência e Tecnologia, Naledi Pandor, definiu o bloco como uma plataforma para o desenvolvimento das nações. "Eu acredito que a área de CT&I é altamente promissora para os nossos países e também para as relações que estamos construindo no âmbito da nossa parceria", avaliou.
"Existem muitas oportunidades estratégicas na família Brics que trarão imenso benefício para as nossas parcerias no continente africano, e temos o forte compromisso de avançar nessas iniciativas", disse a ministra sul-africana.
Pandor ressaltou o papel de liderança que a África do Sul exerce no programa de CT&I do seu continente. "Nossos parceiros dos Brics têm cooperação substancial com diversas nações africanas, mas estamos prontos a contribuir, por meio de nossas extensas relações e experiência na região, na cooperação do bloco com o restante da África."
Índia
O ministro indiano da Ciência, Tecnologia e Ciências da Terra, Harsh Vardhan, considerou que existe, no século 21, uma nova dinâmica de "cooperação transcontinental" em CT&I, encabeçada pelos Brics, para abordar desafios comuns e investir recursos em soluções, em busca de "um crescimento rápido e sustentável que atenda às aspirações dos nossos povos".
Na avaliação dele, posteriormente os países do bloco precisam estabelecer uma rede de centros de pesquisa e consolidar o intercâmbio de cientistas e conhecimentos, em torno da infraestrutura criada.
O vice-ministro chinês de Ciência e Tecnologia, Cao Jianlin, destacou o "grande esforço" dos Brics para aproximar CT&I "das economias, dos desenvolvimentos e do bem-estar social" dos países membros. "Também para melhorar a eficiência e a qualidade do crescimento", finalizou.
China
A diretora da Divisão de Organizações Internacionais e Conferências do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, Wang Rongfang, enfatizou o tratamento que o país dedica a CT&I.
"É um setor emprega 3,8 bilhões de pessoas. Nós temos 18 parques de alta tecnologia, que têm plataformas importantíssimas para a promoção da ciência nacional e a cooperação entre a indústria, a academia e o comércio. Na verdade, esses parques se tornaram um grande ator na nossa bolsa de exportações," afirmou.
O vice-ministro de Ciência e Tecnologia do país, Cao Jianlin, expressou interesse na cooperação com o Brasil nesta área em que o país asiático tem tradição e expertise. "Nós queremos dividir e aprender com a China a experiência de gerenciamento de parques tecnológicos", afirmou o secretário executivo da pasta, Álvaro Prata, que conduziu o encontro.