Com informações da Agência Brasil - 22/04/2013
Devido ao grande número de pedidos sobre arquivos envolvendo óvnis - objetos voadores não identificados - apresentados com base na Lei de Acesso à Informação, o Ministério da Defesa abriu um canal direto de comunicação com estudiosos sobre o assunto - os ufólogos.
A primeira reunião, ocorrida em Brasília, foi comemorada pelos ufólogos como um momento histórico.
"Foi uma reunião super-histórica e inédita, não só no Brasil como em todo o mundo. Nunca um Ministério da Defesa recebeu ufólogos para debater o tema", disse o editor da revista UFO, Ademar José Gevaerd.
"As autoridades deixaram claro que o ministro [da Defesa] Celso Amorim respeita a ufologia e o trabalho dos ufólogos, e que vão levar adiante a ideia de estabelecer, com a Comissão Brasileira de Ufólogos, um canal de comunicação para alcançarmos, sem obstáculos ou desvios, as três Forças Armadas, sempre que precisarmos de informações sobre o assunto", disse Gevaerd.
Segundo o coronel da Aeronáutica Alexandre Emílio Spengler, responsável pelo Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa, o tema é, disparado, o mais buscado entre os cidadãos que fazem uso da Lei de Acesso à Informação para pedidos dirigidos à área militar - foram 107 pedidos até o momento, 65 deles a Aeronáutica.
De acordo com o Ministério da Defesa, dos 107 pedidos de informação relacionados a óvnis, 26 foram deferidos e resultaram na entrega de algum tipo de documento ao solicitante. Os demais foram negados.
"Todos os [pedidos] negados, até o momento, foram por não termos a informação ou por ela ainda estar sob sigilo", explicou Spengler. Segundo ele, há a possibilidade de o sigilo estar justificado pelo fato de envolver "assuntos relacionados à segurança nacional". Alguns deles, classificados como secretos ou ultrassecretos.
O Comando da Aeronáutica já entregou os documentos não sigilosos relativos a óvnis ao Arquivo Nacional, por determinação de uma portaria. Há, segundo o Ministério da Defesa, alguns documentos do Exército que não foram entregues porque foram extraviados.
"O Exército já admitiu que parte dos documentos pode ter sido destruída, o que de fato era permitido por um decreto de 1977 [Decreto 79.099], que permitia a destruição de documentos sigilosos, bem como de eventuais termos pedindo a destruição", informou Spengler. Segundo ele, não há estimativas sobre o número de documentos destruídos sob respaldo do decreto.
Entre os documentos mais solicitados pelos ufólogos, mas ainda sem resposta, está o da Operação Prato, ocorrida no município de Colares (PA), na década de 70, em que militares da Aeronáutica fizeram uma operação tendo por base relatos de cidadãos da região sobre avistamentos de objetos luminosos.
Segundo os ufólogos, durante o episódio, médicos atenderam diversas vítimas de queimaduras causadas pelos óvnis.