Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/01/2025
Gerador de fótons entrelaçados
Existe uma maneira mais simples e muito mais miniaturizada de gerar pares de fótons entrelaçados, algo essencial para a computação e a comunicação quânticas.
O entrelaçamento quântico garante que tudo o que acontecer a um dos fótons do par afetará imediatamente o outro, independentemente da distância entre eles. E isso é ótimo porque permite controlar partículas nos computadores quânticos sem nem mesmo precisar acessá-las diretamente.
Chiara Trovatello e colegas da Universidade de Colúmbia, nos EUA, construíram um chip minúsculo, inteiramente de estado sólido, que faz todo o trabalho de entrelaçamento entre os fótons, substituindo os enormes aparatos ópticos, com lasers, cristais, lentes e espelhos cuidadosamente espaçados.
Medindo apenas 3,4 micrômetros de espessura, o novo dispositivo aponta para um futuro em que os sistemas quânticos poderão caber inteiros em um chip de silício. Essa mudança permitirá ganhos significativos na eficiência energética e nas capacidades técnicas gerais dos dispositivos quânticos.
"Este trabalho representa a materialização do objetivo há muito buscado de criar uma ponte entre a óptica não linear e a óptica quântica macroscópicas e microscópicas," disse o professor James Schuck. "Ele fornece a base para dispositivos integráveis em chip escaláveis e altamente eficientes, como geradores de pares de fótons emaranhados microscópicos ajustáveis."
Materiais de van der Waals
Para miniaturizar o gerador de fótons entrelaçados, a equipe usou cristais de van der Waals, placas finas da família já bem conhecida da molibdenita, mais especificamente de um metal de transição semicondutor chamado dissulfeto de molibdênio (MoS2).
Foram usados seis desses pedaços de cristal para formar uma pilha cuidadosamente projetada, em que cada floco bidimensional fica girado 180 graus em relação às placas de cristal acima e abaixo dele.
À medida que a luz viaja através dessa pilha, suas propriedades são alteradas por um fenômeno chamado quase-correspondência de fase, que resulta na criação de fótons entrelaçados. É uma simplificação radical em relação a todos os dispositivos anteriores.
Impacto imediato
É a primeira vez que a quase-correspondência de fase foi usada em materiais monoatômicos para gerar pares de fótons entrelaçados em comprimentos de onda que são úteis para as telecomunicações. E a técnica mostrou-se significativamente mais eficiente do que os métodos anteriores e muito menos propensa a erros.
"Acreditamos que essa inovação estabelecerá os materiais de van der Waals como o núcleo das arquiteturas fotônicas quânticas e não lineares de próxima geração, sendo eles candidatos ideais para habilitar todas as futuras tecnologias integradas em chip e substituir os atuais cristais em massa e periodicamente polarizados," disse Schuck. "Essas inovações terão um impacto imediato em diversas áreas, incluindo a distribuição [de chaves quânticas] baseada em satélite e a comunicação quântica por telefone celular."