Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/02/2011
Os microscópios mais modernos conseguem produzir imagens de células, moléculas e até átomos - desde que essas células, moléculas e átomos estejam devidamente destrinchados e isolados.
Mas não faz muito sentido destruir a pele de alguém para ver se essa pele está doente - não faz sentido, mas é assim que se faz hoje.
A solução para esse dilema foi desenvolvida pela Dra. Jannick Rolland e seus colegas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos.
Zoom sob a pele
A equipe substituiu a lente tradicional de cristal, usada nos microscópios ópticos, por uma lente líquida, que pode ter seu foco ajustado continuamente.
Usando luz infravermelha e ajustando continuamente o foco da lente, torna-se possível fazer milhares de imagens em sequência, cada uma a uma profundidade ligeiramente maior, até gerar um filme que literalmente faz um zoom mergulhando nas estrutura internas do tecido vivo.
A profundidade atingida - 1 milímetro - é suficiente para detectar e examinar lesões na pele para detectar se elas são benignas ou cancerosas.
Em vez de fazer uma incisão, retirar o tecido, e enviá-lo para uma biópsia no laboratório, a ponta de uma pequena sonda é colocada em contato com o tecido e, em poucos segundos, surge na tela do computador uma imagem 3D precisa e de alta resolução.
Coerência óptica
O equipamento consegue isso usando uma configuração única de lente líquida - um processo conhecido como microscopia de coerência óptica.
Em uma lente líquida, uma gota de água toma o lugar da lente tradicional de vidro. Um campo elétrico variável em torno da gota de água faz com que ela mude sua forma - alterando, portanto, o foco da lente.
Isso permite tirar milhares de fotos focadas em diferentes profundidades abaixo da superfície da pele. Combinando estas imagens, cria-se uma visualização com foco perfeito de todo o tecido, incluindo estruturas importantes da pele.
Como o dispositivo utiliza a luz infravermelha próxima, em vez de ultra-sons, as imagens têm uma resolução precisa com escala de micrômetros, 1.000 vezes melhor do que a resolução em escala milimétrica disponível hoje.
O processo já foi testado em humanos e, agora, será utilizado em pesquisas clínicas juntamente com as técnicas tradicionais para verificar sua capacidade de distinguir entre os diferentes tipos de lesões.