Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/03/2017
Micro e nano-motores
Um dos grandes desafios para a construção de microrrobôs médicos que sejam práticos está na criação de motores biocompatíveis que possam impulsioná-los.
Assim, usar os próprios fluidos corporais para alimentar os motores dos microrrobôs parece ser uma ideia mais que perfeita.
Foi o que fizeram Xing Ma e seus colegas do Instituto Max Planck, na Alemanha.
Eles desenvolveram uma nova abordagem para a construção de sistemas de propulsão para pequenos veículos que se movimentam em meio líquido nos quais a propulsão é gerada por uma reação enzimática que usa os fluidos corporais.
Menor motor a jato do mundo
O nanomotor funciona de forma similar aos motores a jato, queimando o combustível e ejetando os gases em um sentido, o que impulsiona o veículo no outro sentido.
O motor é formado por um único nanotubo de dióxido de silício, medindo 200 nanômetros de diâmetro, e recoberto internamente com a enzima urease, que quebra a ureia em amônia e dióxido de carbono.
Na presença da ureia, a reação induzida pela enzima gera uma corrente no fluido que impulsiona o tubo como se fosse um jato. A velocidade atingida chega a 10 micrômetros por segundo, ou 4 cm/h.
Segundo a equipe, este é o menor sistema de propulsão a jato do mundo. "Nosso recorde anterior, que ainda está no Guinness Book, é cerca de três vezes maior," disse o professor Samual Sanchez, coordenador da equipe.
Biocompatibilidade
Vários micromotores desse tipo já foram demonstrados, mas eles geralmente dependem de compostos químicos como o peróxido de hidrogênio, que ninguém vai querer ver injetado em seu corpo.
Os pesquisadores agora querem confirmar a biocompatibilidade dos seus nanomotores e tentar implantá-los em células individuais. "Isso seria necessário, é claro, para levar moléculas de drogas ao seu destino, por exemplo", disse Sanchez.