Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/04/2023
Memoindutor
Cientistas finalmente identificaram um novo componente eletrônico fundamental, o memoindutor.
Os três componentes clássicos são o resistor, o capacitor e o indutor (ou bobina).
Mas, em 1971, o cientista filipino Leon Chua previu teoricamente a existência de versões "mais inteligentes" desses componentes, que seriam dotados de uma espécie de memória, que faz com que suas propriedades se alterem em tempo de voo em resposta às cargas ou às correntes elétricas que fluem por eles.
Esses componentes com memória passaram a ser conhecidos como memoristor (ou memristor), memocapacitor (ou memcapacitor) e memoindutor (ou memindutor), e tem havido intensa procura por sua realização prática desde as previsões de Chua.
O memoristor virou realidade em 2008, o memocapacitor foi descoberto em 2019 e, agora, um trio de pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, acaba de criar o primeiro memoindutor.
Bobina com memória
Abhiram Dinavahi e seus colegas estavam trabalhando com um sistema passivo de dois terminais, composto basicamente por um eletroímã interagindo com um par de ímãs permanentes, para examinar a densidade do fluxo magnético e a força do campo magnetizante de um indutor.
Com essa ferramenta, a equipe conseguiu provar a existência da curva típica prevista por Chua para caracterizar o "estado de memória" do indutor.
Embora já tivesse havido uma alegação anterior de medição do fenômeno da "memoindutância", aquele experimento envolvia um circuito mais complexo, e não o componente passivo de dois terminais demonstrado agora e previsto pela teoria.
Além disso, como o componente apresenta sua natureza semelhante à memória seguindo a mesma definição que o memoristor e o memocapacitor, isto o caracteriza como um componente fundamental.
Componentes para computação que imita o cérebro
Com seus efeitos de memória, o memoristor e o memocapacitor rapidamente se tornaram elementos centrais para a computação neuromórfica, aquela que imita o cérebro.
Com a realização do memoindutor, a expectativa é que os avanços nessa área futurística se acelerem ainda mais.
"Assim como os dispositivos memocapacitivos, os dispositivos memoindutivos, devido às suas propriedades inerentes de armazenamento de energia, podem potencialmente oferecer menor consumo de energia estática do que os dispositivos memorresistivos para aplicações de computação neuromórfica de grande escala e com baixo consumo de energia," escreveu a equipe.