Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/10/2015
Do muito branco ao muito preto
Uma equipe da Universidade Rei Abdulla, na Arábia Saudita, desenvolveu o material mais preto já criado pelo homem.
Curiosamente, eles foram buscar inspiração em um besouro quase perfeitamente branco - tanto que ele já inspirou a criação de papéis e tintas mais brancos.
Os pesquisadores observaram que as escamas do besouro Cyphochilus formam um cristal fotônico, uma estrutura que reflete a luz de forma muito eficiente. Eles então inverteram a estrutura e usaram a ideia de captação de energia caótica para criar um material extremamente preto.
Para inverter o que acontece na carapaça do besouro, Jianfeng Huang e seus colegas usaram nanotubos de carbono. O elemento básico do material é uma partícula formada por um nanotubo apoiado em uma esfera de apenas 30 nanômetros de diâmetro.
Preto quase perfeito
O material resultante absorve entre 98 e 99% de toda a luz incidente na faixa de comprimentos de onda de 400 a 1.400 nanômetros - o olho humano consegue captar a luz entre 390 e 700 nanômetros.
Para comparação, isto significa que o novo material absorve 26% mais luz do que qualquer outro material conhecido.
O que é mais interessante para aplicações práticas é que essa absorção funciona para todos os ângulos de incidência e para qualquer polarização da luz.
Preto perfeito
A equipe destaca que, embora seja impossível criar um preto perfeito, capaz de absorver toda a energia que incidir sobre ele, passos nesse sentido são importantes porque esses materiais podem ajudar na criação de dispositivos melhores ou mais eficientes, de coletores solares a interconexões ópticas.