Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/01/2009
A professora Elizabeth Goldring, ela própria com deficiência visual em um olho, desenvolveu o que ela batizou de "uma máquina de ver," que permite que pessoas com determinadas deficiências visuais possam tirar fotos e ver as fotos, conectar-se à Internet e ver o rosto de um amigo e muito mais.
Quando a pesquisa da professora Goldring começou, o primeiro protótipo construído era gigantesco e custava US$100.000,00 para ser construído. A versão atual, ainda em escala de laboratório, é bem menor e custou US$4.000,00. "Nós podemos fabricar uma por menos de US$500,00," diz a pesquisadora, referindo-se a uma eventual fabricação em escala industrial.
Máquina de ver para cegos
A "máquina de ver" é uma adaptação de um oftalmoscópio de varredura a laser, um equipamento médico que utiliza um raio laser extremamente delicado para detectar células sadias na retina.
A idéia do desenvolvimento veio quando a Dra. Goldring, completamente cega em razão de uma hemorragia ocular, começou a fazer os seus tratamentos em busca da recuperação de sua visão.
Com a colaboração do Dr. Rob Webb, inventor do oftalmoscópio de varredura a laser, foi possível substituir o laser do aparelho médico por um LED, outra fonte emissora de luz, só que muito mais barata.
Todas as demais peças do aparelho também são do tipo "encontrados em prateleiras", ou seja, fabricados para outros aparelhos e adaptados para o novo equipamento. Foi esse enfoque que permitiu fabricar a máquina de ver de baixo custo.
Focalização da imagem
O equipamento é montado sobre um tripé e pode ser conectado a uma câmera digital, a um computador ou a qualquer outro equipamento. A imagem capturada pelo sensor da câmera é enviada para uma tela de cristal líquido (LCD) iluminada por LEDs.
As informações visuais são então focadas em um único ponto que é enviado para o interior do olho. "Não se trata de ampliação, como em uma lente de aumento. O que acontece aqui é a focalização de todos os dados da imagem em um único ponto,"' explica Quinn Smithwick, outro pesquisador do grupo.
Agora a equipe planeja testar o equipamento com outras pessoas que tenham o mesmo tipo de deficiência visual, ou seja, que, embora sendo cegas, possuam algumas células sadias na retina, onde a imagem possa ser focalizada. Os testes serão feitos no Instituto de Olhos Beetham, em Boston.