Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/01/2018
Acessibilidade
Mais de 80% das pessoas - 5,88 bilhões de indivíduos - moram a apenas uma hora de viagem de uma cidade.
No entanto, a acessibilidade não é distribuída de forma igual no espectro de desenvolvimento. Enquanto as pessoas vivem a uma hora de uma cidade em mais de 90% dos casos nos países de alta renda - concentrados na Europa e América do Norte - nos países de baixa renda esse valor é de 50,9% - concentrados na África subsaariana.
Esses dados, divulgados na forma de um mapa global de tempo de viagem para as cidades, são resultado do trabalho de uma equipe de pesquisadores liderada pelo Centro Conjunto de Pesquisa (JRC), o serviço de ciência e conhecimento da Comissão Europeia.
"Não deixar ninguém para trás"
Ao mapear a acessibilidade urbana em todo o mundo, o levantamento fornece um conjunto de dados para dar suporte à tomada de decisões em nível mundial e local em relação às políticas de desenvolvimento e ambientais.
Os resultados confirmam que os recursos econômicos e melhorias feitas pelo homem, que dão suporte ao bem-estar humano, não são distribuídos uniformemente em todo o mundo, estando em grande parte concentrados nas cidades.
A falta de acesso às oportunidades e serviços oferecidos pelos centros urbanos é um obstáculo importante para melhorar os meios de subsistência e o desenvolvimento geral. Cruzando este mapa com os dados socioeconômicos, a equipe demonstrou como o acesso aos centros urbanos estratifica o status econômico, educacional e de saúde da humanidade.
O avanço dessa acessibilidade em todo o mundo é essencial para cumprir a agenda de equidade de "não deixar ninguém para trás", estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Objetivo unificador
Para demonstrar a utilidade do mapa para a tomada de decisão global e local, a equipe realizou análises exploratórias que examinam as relações entre acessibilidade e a renda em nível nacional, bem como a prosperidade econômica, o nível de escolaridade e a utilização da saúde ao nível dos agregados familiares.
O relatório também destaca o potencial do mapa para contribuir com pesquisas em ciência natural, esforços de conservação e formulação de políticas ambientais.
Contudo, embora os resultados sejam úteis em uma variedade de contextos, o seu impacto potencial se centra em um objetivo mais unificador: catalisar ações para reduzir as lacunas na oportunidade, melhorando a acessibilidade para populações remotas e reduzindo as disparidades entre populações com diferentes graus de conectividade com as cidades.