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Mapa 3D dos aglomerados de galáxias revela surpresas

Com informações do ESO - 22/12/2015

Mapa 3D dos aglomerados de galáxias
O XXL é o maior rastreio de aglomerados de galáxias já feito e está fornecendo a melhor visão do céu profundo em raios X.
[Imagem: ESA/XMM-Newton/XXL]

Mapa 3D dos aglomerados de galáxias

Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu acrescentar a terceira dimensão à busca pelas maiores estruturas gravitacionalmente ligadas do Universo - os aglomerados de galáxias.

Observações obtidas pelo telescópio VLT, no Chile, complementaram as imagens capturadas por outros observatórios terrestres e espaciais, permitindo medir as distâncias precisas de uma população de aglomerados de galáxias.

Isto gerou uma visão tridimensional do cosmos, o que é essencial para fazer medições da matéria escura e da energia escura.

Embora distâncias aproximadas - os chamados desvios para o vermelho fotométricos - possam ser medidas analisando as cores de cada objeto em diferentes comprimentos de onda, para criar um mapa tridimensional é necessário saber as distâncias com maior precisão, o que exigiu a obtenção de desvios para o vermelho espectroscópicos.

Superaglomerados

Embora apenas um quinto dos dados que se espera obter já estejam disponíveis, alguns resultados importantes e surpreendentes já foram obtidos.

Um dos artigos científicos que acaba de ser publicado pela equipe relata a descoberta de cinco novos superaglomerados - aglomerados de aglomerados de galáxias - que se juntam àqueles já conhecidos, tais como o nosso próprio superaglomerado, o Superaglomerado Laniakea.

Outro artigo trata de observações obtidas de um aglomerado de galáxias em particular, conhecido pelo nome informal de XLSSC-116, situado a cerca de seis bilhões de anos-luz de distância, que possui uma fonte de luz difusa estranhamente brilhante, que ainda permanece inexplicada.

E o simples ato de contar os aglomerados de galáxias nos dados XXL confirmou também algo estranho - existem menos aglomerados distantes do que o esperado com base nas predições dos parâmetros cosmológicos medidos pelo telescópio Planck. A razão desta discrepância ainda é desconhecida, mas a equipe espera resolver esta curiosidade cosmológica quando tiver acesso à amostra total de aglomerados, em 2017.

Aglomerados de galáxias

Os aglomerados de galáxias são conjuntos massivos de galáxias que abrigam enormes reservatórios de gás quente - as temperaturas são tão elevadas que geram raios X.

Estas estruturas são úteis para os astrônomos porque acredita-se que a sua formação é influenciada pelas componentes desconhecidas do Universo - a matéria escura e a energia escura. Por isso, ao estudar as suas propriedades em diferentes fases da história do Universo - diferentes distâncias -, os aglomerados de galáxias podem ajudar a compreender melhor o lado escuro do Universo.

Como a radiação de raios X de alta energia que revela a localização dos aglomerados de galáxias é absorvida pela atmosfera terrestre, o ponto de partida foram dados obtidos com o observatório espacial XMM-Newton. Estes dados foram combinados com observações do VLT e de outros observatórios terrestres, compondo uma enorme e crescente coleção de dados - o projeto está apenas no começo - que cobre todo o espectro eletromagnético - esta coleção de dados é chamada rastreio XXL.

O esforço envolve uma equipe de mais de 100 astrônomos de todo o mundo.

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