Com informações da BBC - 21/10/2015
Maior radiotelescópio do mundo
A China está construindo o maior radiotelescópio do mundo na província de Guizhou, no sudoeste do país.
Uma vez pronta, espera-se que a estrutura permita detectar sinais de rádio - incluindo potenciais indícios de vida extraterrestre - em até 1 milhão de estrelas e sistemas solares.
As obras, que começaram em junho de 2011, devem terminar em setembro do ano que vem, a um custo estimado de US$ 110 milhões (R$ 420 milhões).
O Radiotelescópio Esférico de 500 metros de Abertura (FAST, na sigla em inglês para Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope) terá 4,6 mil painéis triangulares.
Ele será semelhante ao Observatório Arecibo, em Porto Rico, pois usará uma cavidade natural, conhecida como carste - um relevo formado pela dissolução química de rochas calcárias - para dar suporte ao disco do telescópio.
Atualmente, o Observatório Arecibo é o maior do mundo, com 305 metros de diâmetro. Como o nome do FAST indica, a estrutura terá um diâmetro de 500 metros.
Discos virtuais
O radiotelescópio vai usar uma superfície ativa que se ajusta para criar parábolas em diferentes direções, formando discos virtuais com 300 metros de diâmetro.
Isso significa que a estrutura não precisará apontar apenas para cima, sendo capaz de observar o céu a um ângulo de até 40 graus.
A depressão cárstica onde o radiotelescópio está sendo construído é grande o suficiente para acomodar a estrutura de 500 metros de diâmetro e permitir que ela seja posicionada nesses ângulos de 40 graus.
Estrelas e extraterrestres
Os astrônomos esperam que a alta precisão do radiotelescópio permita estudar a Via Láctea e outras galáxias, além de detectar estrelas a milhões de anos-luz de distância da Terra.
Espera-se também que a estrutura funcione como uma poderosa estação terrestre para missões espaciais.
A maior expectativa, no entanto, é de que o radiotelescópio potencialize as buscas por vida extraterrestre.
Em julho deste ano, a NASA, que previu a descoberta de vida alienígena até 2025, anunciou a descoberta do Kepler 452-B, um planeta com características semelhantes às da Terra e cuja proximidade com o Sol é ideal para manter uma atmosfera e água no estado líquido.
Segundo especialistas, porém, ainda não é possível detectar sinais de rádio, ou potenciais indícios de vida extraterrestre, com a infraestrutura disponível atualmente. Eles acreditam, contudo, que o cenário se modifique com o início das operações do FAST.