Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/05/2021
Armazenar a luz
Os computadores são bons no que fazem porque conseguem transformar os dados em sinais elétricos ou magnéticos, armazenar esses dados pelo tempo necessário, e então usar os dados para fazer as computações.
Mas toda a gama emergente de tecnologias da informação - dos processadores que usam luz em vez de eletricidade viabilizados pela fotônica, passando pela spintrônica e indo até a computação quântica - fazem tudo usando luz.
Os cientistas já haviam conseguido armazenar e transportar a luz, mas por breves momentos e por uma distância na faixa dos milímetros.
Agora, Yu Ma e seus colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China conseguiram um feito que deixa todos os experimentos anteriores nessa área no chinelo: eles armazenaram a luz por mais de uma hora, e então conseguiram recuperar a informação que estava armazenada nela.
Para se ter uma ideia do avanço, um experimento similar, feito na Alemanha em 2013, conseguiu armazenar a luz por 1 minuto.
Pendrive quântico
A luz foi armazenada em um cristal especial, um composto dos elementos európio, ítrio e silício (151Eu3+:Y
A equipe demonstrou a eficácia de sua técnica verificando a qualidade do dado armazenado na luz - eles obtiveram a leitura correta com uma fidelidade de 94,6%.
Isso abre caminho para aplicações práticas das chamadas "memórias quânticas", por exemplo, para evitar perdas nas fibras ópticas, para guardar dados para computação pelos processadores fotônicos ou mesmo como memória para os computadores quânticos.
Na verdade, a equipe vai além, e fala de um "pendrive quântico", uma espécie de memória flash de luz, que poderia ser transportada de um local para outro, usando carro, trem ou avião, para garantir a segurança de transações.