Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2019
Pele eletrônica
Um sensor inspirado na pele humana foi projetado para equipar luvas eletrônicas que possam dar aos robôs um pouco mais de tato.
Ele funcionou bem o suficiente para permitir que uma mão robótica tocasse uma fruta delicada e manuseasse uma bola de pingue-pongue sem esmagar nenhuma delas.
"Esta tecnologia nos coloca no caminho para um dia dar aos robôs o tipo de capacidade de detecção encontrada na pele humana," disse a professora Zhenan Bao, da Universidade de Stanford, nos EUA, que vem trabalhando em peles artificiais e em nervos artificiais há algum tempo.
Os sensores nas pontas dos dedos da luva medem simultaneamente a intensidade e a direção da pressão, duas qualidades essenciais para tentar equiparar a destreza manual humana.
Tato robótico
Para tentar imitar o tato humano, cada sensor é feito de três camadas flexíveis que funcionam em conjunto. As camadas superior e inferior são eletricamente ativas, dotadas de grades de linhas elétricas. Postas perpendicularmente, cria-se uma série densa de pequenos "píxeis" sensores.
O isolador de borracha no meio mantém as camadas superior e inferior dos eletrodos afastadas. Mas essa separação é crítica, porque os eletrodos podem então armazenar energia elétrica. Quando o dedo robótico recebe uma pressão, a aproximação dos eletrodos eleva a energia armazenada, que pode ser monitorada.
Colinas e vales cuidadosamente traçados na camada inferior, para imitar as calosidades da pele humana, fornecem uma maneira de mapear a intensidade e a direção da pressão para pontos específicos nas grades perpendiculares, muito parecido com o estrato espinhoso, uma camada da epiderme humana.
A professora Bao afirma que, com a programação adequada, uma mão robótica usando esses sensores sensíveis ao toque poderia executar uma tarefa repetitiva, como retirar ovos de uma esteira e colocá-los nas caixas. A tecnologia também poderá ter aplicações em cirurgia assistida por robôs, onde o controle preciso do toque é essencial.
Mas ela ressalta que seu objetivo último é desenvolver uma versão avançada da luva que aplique automaticamente a quantidade certa de força para manipular um objeto com segurança, sem qualquer programação prévia.