Agência Fapesp - 04/06/2009
Titã é a maior lua de Saturno e a segunda do Sistema Solar, depois de Ganimedes, em Júpiter.
É maior até do que um planeta, Mercúrio, e tem quase uma vez e meia o tamanho da Lua terrestre.
Titã é a única lua no Sistema Solar a ter uma atmosfera densa, com pressão maior do que a terrestre, e o único objeto além da Terra no qual foram encontradas evidências da existência de corpos de água.
Modelos climáticos extraterrestres
Até há poucos anos, pouco se sabia sobre a lua de Saturno, mas o cenário mudou radicalmente após a entrada em cena da missão Cassini, parceria entre as agências espaciais norte-americana (Nasa), europeia (ESA) e italiana (ASI) que, desde 2004, investiga o planeta e suas luas.
Agora, um estudo publicado na edição desta quinta-feira (4/6) da revista Nature revela que os padrões da cobertura global de nuvens em Titã obedecem a modelos climáticos, como ocorre na Terra. O estudo é também o primeiro a oferecer evidência observacional da interação entre marés em Saturno e a atmosfera no satélite.
As nuvens em Titã são resultado da condensação de metano e de etano. A pesquisa usou dados de 39 meses de sobrevoos pelo satélite, entre 2004 e 2007, e verificou que as nuvens estão presentes particularmente no hemisfério Sul, que corresponde ao verão.
Tempo estável
A partir de modelos de circulação, os pesquisadores estimaram que a distribuição das nuvens deve mudar com as estações, em uma escala de tempo de 15 anos terrestres. Até agora, os modelos eram muito limitados e as previsões de longo prazo não puderam ser verificadas por meio de observações.
No novo estudo, Sébastien Rodriguez e seus colegas da Universidade de Nantes, na França, mostram que, em geral, as nuvens são observadas onde haviam sido previstas que estivessem de acordo com modelos de circulação.
Entretanto, a atividade no hemisfério Sul, à medida que o equinócio se aproxima (no próximo mês de agosto), não parece seguir o declínio previsto pelos modelos. Segundo os pesquisadores, o motivo é a existência de correntes nas nuvens nas latitudes meridionais atribuídas à influência de Saturno, à medida que o satélite orbita seu planeta.