Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/02/2023
MicroLEDs verticais
As telas dos computadores, celulares e TVs são formadas por matrizes de unidades de luz conhecidas como píxeis, sendo cada píxel formado por LEDs nas cores vermelha, verde e azul. Controlando-se o acendimento de cada um torna-se possível produzir todas as tonalidades do arco-íris para gerar as imagens em cores realistas.
Mas, assim como vem acontecendo com os transistores que formam os processadores, os LEDs estão atingindo um limite físico de miniaturização, inibindo a criação de telas de resolução cada vez melhor - os LEDs das telas já ficaram tão pequenos que eles hoje são chamados de microLEDs, para diferenciá-los dos LEDs usados em iluminação.
Jiho Shin e seus colegas do MIT, nos EUA, tiraram proveito dessa analogia e fizeram com os LEDs o mesmo que já vem sendo feito com os transistores: Eles criaram LEDs verticais.
Em vez de tentar diminuir o tamanho dos diodos emissores de luz para conseguir colocar mais deles lado a lado na matriz que forma a tela, Shin inventou uma maneira de empilhar os diodos, criando píxeis multicoloridos verticais.
Cada píxel empilhado, capaz de gerar toda a gama de cores das telas de última geração, mede cerca de 4 micrômetros de largura, permitindo alcançar a incrível densidade de 5.000 píxeis por polegada (ppi) - as telas da maioria dos celulares atuais têm por volta de 600 ppi, com os topo de linha alcançando a marca de 1.000 ppi.
"Para a realidade virtual, hoje há um limite para o quão real eles se parecem," disse Shin. "Com nossos microLEDs verticais, você pode ter uma experiência completamente imersiva e não conseguir distinguir o virtual da realidade."
Até mais do que isso, uma vez que, embora haja largas variações pessoais, a média dos seres humanos consegue detectar pouco mais de 2.000 ppi a uma distância de 10 centímetros.
Empilhando LEDs
A fabricação de microLEDs hoje requer precisão extrema, uma vez que os píxeis microscópicos de vermelho, verde e azul precisam primeiro ser cultivados separadamente em bolachas de silício e, em seguida, colocados com precisão em uma placa, em alinhamento exato uns com os outros, a fim de refletir adequadamente e produzir várias cores e tons.
Alcançar essa precisão microscópica é uma tarefa difícil, e telas inteiras precisam ser descartadas se os píxeis ficarem fora do alinhamento.
A equipe criou uma técnica que dispensa essa precisão no alinhamento píxel a píxel. Essa técnica permite crescer e "descascar" o material monocristalino bidimensional perfeito das bolachas de silício - uma abordagem que eles chamam de transferência de camada baseada em material 2D, ou 2DLT.
Depois de cultivar membranas ultrafinas de LEDs vermelhos, verdes e azuis, os pesquisadores retiraram todas as membranas de LED de suas bolachas e as empilharam para formar um bolo de camadas de membranas vermelhas, verdes e azuis. Basta então usar as técnicas tradicionais de microeletrônica para esculpir esse bolo em padrões de minúsculos píxeis verticais, cada um com apenas 4 micrômetros de largura.
Mas ainda há trabalho a ser feito para que vejamos telas de múltiplos K nas lojas: Por enquanto a equipe confirmou que seus microLEDs verticais funcionam, mas um a um; agora será necessário controlá-los em conjunto para formar as imagens.