Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/10/2015
Entrelaçamento de lasers
Em um momento clássico de "Eureca", uma equipe de físicos descobriu que feixes de laser comuns conseguem imitar com precisão um fenômeno quântico, o que traz o potencial para dobrar a velocidade das comunicações a laser.
O fenômeno é o chamado entrelaçamento quântico - ou emaranhamento -, até agora só obtido experimentalmente em condições muito especiais de laboratório. Quando dois objetos são entrelaçados, se um é tocado - por uma medição, por exemplo -, o outro sente imediatamente, mesmo que ambos estejam separados por uma grande distância.
"O que está no coração do entrelaçamento quântico é a 'não-separabilidade' - duas coisas entrelaçadas são descritas por uma equação não fatorável," disse Giovanni Milione, da Universidade Cidade de Nova Iorque. "Curiosamente, a forma e a polarização de um feixe de laser convencional, uma caneta laser, podem também ser não separáveis."
Feixe vetorial
Milione usou apenas duas canetas laser e outros componentes comprados no comércio para controlar a polarização dos dois feixes de laser disparados de forma a se cruzarem. O resultado é o que a equipe chamou de "feixe vetorial", cuja forma pode ser controlada alterando a polarização do feixe de controle.
Surpreendentemente, isto permitiu codificar até dois bits de informação no feixe principal - o feixe de dados -, o que é o dobro da informação que pode ser codificada com lasers não entrelaçados.
"Em princípio, isso poderia ser usado para dobrar a velocidade de dados das comunicações a laser," disse o professor Robert Alfano. "Embora não haja nenhuma 'ação fantasmagórica à distância', é incrível que aspectos do emaranhamento quântico possam ser imitados por algo tão simples."
Ação fantasmagórica local
A expressão "ação fantasmagórica à distância" foi usada por Albert Einstein para criticar o fenômeno, em sua época descrito apenas teoricamente - Einstein não gostava nem um pouco da mecânica quântica, cujas leis probabilísticas ele criticava dizendo que "Deus não joga dados com o Universo".
No entanto, um experimento histórico descrito esta semana finalmente mostrou - quase 100 anos depois - que Einstein estava errado: