Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/05/2016
Enxurrada de planetas
Como a descoberta de exoplanetas, ou planetas extrassolares, tornou-se algo trivial, a NASA usou um truque para atrair novamente a atenção sobre o assunto: acumulou quase um ano de descobertas e anunciou todas de uma vez só.
O resultado são 1.284 novos exoplanetas, anunciados como "a maior descoberta individual de planetas até hoje" de acordo com a nota da NASA.
Mas não é que todos esses planetas tenham sido descobertos de uma vez só: eles resultaram de quase um ano de análises dos dados coletados pelo telescópio espacial Kepler. Em Julho de 2015, os dados do Kepler computavam 4.302 candidatos a planetas - as descobertas resultam da confirmação de 1.284 desses candidatos.
Para os 1.284 candidatos agora anunciados, a probabilidade de que cada um deles seja de fato um planeta é maior do que 99% - o mínimo necessário para ganhar o status de "planeta" e ser revelado como uma descoberta.
Outros 1.327 candidatos não atingiram o nível de probabilidade necessário depois de serem verificados por outros observatórios, e provavelmente não são planetas reais, embora estudos adicionais possam mudar essa situação. Os restantes 707 têm um nível de incerteza ainda maior, e muito provavelmente revelam algum outro fenômeno astrofísico, e não a presença de um planeta em torno da estrela. Esse quase um ano de análise também validou 984 outros planetas previamente verificados por outras técnicas.
Planetas habitáveis e vida no Universo
"Antes de o telescópio espacial Kepler ser lançado, nós não sabíamos se exoplanetas eram raros ou comuns na galáxia. Graças ao Kepler e à comunidade científica, agora sabemos que pode haver mais planetas do que estrelas," disse o astrofísico Paul Hertz, da NASA. "Esse conhecimento fundamenta as futuras missões que são necessárias para levar-nos cada vez mais perto de descobrir se estamos sozinhos no universo."
Infelizmente, o telescópio Kepler apresentou uma falha prematura em 2013 - ele foi lançado em 2009. Esforços dos técnicos da NASA permitiram que ele não fosse totalmente perdido, mas agora ele opera sem a precisão prevista originalmente, tendo sido rebatizado como K2.
As novas missões que vão estudar exoplanetas são os telescópios espaciais James Webb, previsto para ser lançado em 2018, e WFIRST, previsto para meados da década de 2020.
Nesse lote recém-validado de exoplanetas, cerca de 550 parecem ser planetas rochosos, como a Terra, com base no seu tamanho. Nove deles orbitam na zona habitável da sua estrela, apresentando temperaturas que permitem a existência de água líquida em sua superfície. Com a adição desses nove, agora são conhecidos 21 exoplanetas na zona habitável.