Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/10/2010
O físico brasileiro José Goldemberg foi agraciado com o 2010 Ernesto Illy Trieste Science Prize, concedido a cientistas que se destacam no mundo em desenvolvimento.
Ciência para o desenvolvimento
O prêmio, que inclui um montante em dinheiro de US$100.000,00, é dado a cientistas eminentes do mundo em desenvolvimento que fizeram contribuições significativas para a ciência e para a aplicação da ciência ao desenvolvimento econômico.
José Goldemberg, um especialista em energia de renome mundial, ajudou a lançar as bases científicas para o programa de biocombustíveis do Brasil.
Posteriormente ele se tornou um dos principais defensores da adoção de tecnologias disruptivas para promover o desenvolvimento econômico nas regiões mais pobres do mundo.
O Ernesto Illy Trieste Science Prize é um prêmio concedido anualmente a um pesquisador de renome em um país em desenvolvimento ou emergente que tenha feito contribuições significativas para a ciência e a inovação científica.
Esta é a sexta vez que o prêmio é concedido.
Sr. Biocombustível
Em um artigo histórico, publicado na revista Science em 1978, Goldemberg e seus colegas apresentaram indícios científicos convincentes que demonstravam que os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar poderiam reduzir o uso dos combustíveis fósseis no Brasil, além de reduzir substancialmente os danos ao meio ambiente.
"Na época", disse Goldemberg, "os esforços para desenvolver biocombustíveis no Brasil eram em grande parte justificados com base na segurança energética. Nossa pesquisa demonstrou que a produção de biocombustíveis no Brasil poderia não só diminuir significativamente o uso de combustíveis fósseis, mas também ajudar a reduzir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa."
O estudo coordenado por Goldemberg encorajou os esforços do governo brasileiro, que tinha lançado um programa de biocombustíveis em 1975, chamado Pró-Álcool, em resposta à crise internacional do petróleo.
Ao verificar o equilíbrio energético positivo dos biocombustíveis, e acrescentando uma dimensão ambiental ao argumento, Goldemberg reforçou o apoio ao programa de biocombustíveis do Brasil, ajudando a garantir sua viabilidade a longo prazo.
Hoje, o Brasil produz 30 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar por ano, que substitui 50% da gasolina usada no país. A produção e a distribuição de etanol gera US$30 bilhões por ano em receitas (cerca de 5% do PIB brasileiro) e é responsável por um milhão de empregos.