Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/11/2010
Superfície do Sol
Esta que parece ser uma tela de Van Gogh, é na verdade uma das melhores imagens já feitas da superfície do Sol, mostrando jatos de gás se projetam rumo às camadas mais altas da atmosfera.
Chamadas espículas, as proeminências são espécies de "tubos" de gás ejetado da superfície da estrela.
"Localizada entre a fotosfera, onde surgem as manchas solares, e a coroa, com os seus arcos magnéticos que se estendem no espaço interplanetário, fica a cromosfera, uma parte da atmosfera solar muito complexa e, sob muitos aspectos, ainda totalmente enigmática," explicam Fabio Cavallini e Kevin Reardon, astrofísicos do Observatório Astrofísico de Arcetri, na Itália.
"É nessa região intermediária da atmosfera solar que o campo magnético começa a prevalecer sobre o gás em movimento, modelando-o em longas estruturas finas, mais quentes e mais densas que o meio ambiente ao seu redor," dizem os astrofísicos.
Espículas
Cavallini e Reardon fizeram a imagem usando um instrumento chamado IBIS (Interferometric BIdimensional Spectrometer), um espectrômetro fabricado pelo instituto italiano e instalado no Telescópio Solar Richard B. Dunn, localizado no Novo México, nos Estados Unidos.
As espículas, segundo os cientistas, duram entre 5 e 10 minutos, têm cerca de 500 km de diâmetro, de 3 km a 8 km de altura, e se movimentam a velocidades que podem atingir 20 km/s.
Eles estimam que o Sol tenha entre 60 mil e 70 mil espículas em movimento simultaneamente.
Ao afirmar que essa parte da atmosfera solar é "totalmente enigmática", os cientistas concordam que ainda não há uma explicação sobre o mecanismo de geração do fenômeno que eles fotografaram.