Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/11/2012
Veículo de informação
Não há carro de corrida, nem mesmo os dragsters de arrancada, que possam fazer frente a isso.
O "possante" nessa corrida da era nanotecnológica sai de 0 e vai até 160 km/h, completa o percurso e breca novamente até a imobilidade total - tudo em 8 microssegundos.
Não é um carro, nem mesmo um nanocarro, mas um íon de berílio, carregando informações essenciais para os computadores do futuro.
Ele é 100 vezes mais rápido do que o recordista anterior, e seu percurso é uma pista em linha reta de 370 micrômetros de comprimento, construída dentro de um chip de silício.
Acelerando íons
Embora os íons possam ser bem mais rápidos do que isso no interior dos aceleradores de partículas, aqui o grande trunfo é a precisão.
A aceleração e a parada são feitas de forma extremamente rápida, mas de maneira totalmente controlada.
Outro elemento importante é que o movimento e a parada súbitas não afetam o íon, preservando integralmente seus níveis de energia.
Isto é essencial para a aplicação que se tem em mente para esses "átomos de arrancada": o transporte de informações no interior de computadores quânticos.
Qubits iônicos
Para que um computador quântico possa resolver problemas intratáveis atualmente, os qubits precisarão ir de um lado para o outro levando informações. Logo, é essencial que as informações sejam preservadas nessas movimentações.
Quando são usados qubits iônicos - umas das técnicas usadas pela computação quântica - a forma mais fácil de fazer isto é movendo fisicamente os qubits.
Até agora, mover íons era um processo muito mais demorado do que a duração das operações lógicas feitas com base nas informações armazenadas neles.
Com a nova técnica, as duas escalas temporais passaram a ser praticamente as mesmas.
O feito foi demonstrado simultaneamente por duas equipes, uma do Instituto Nacional de Padronização e Tecnologia dos Estados Unidos e outra da Universidade de Mainz, na Alemanha.