Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/09/2012
Alinhamento óptico
Interligar processadores e outros chips por meio de luz é um objetivo longamente perseguido pela indústria.
Mesmo que os processadores fotônicos ainda demorem um pouco, apenas a ligação chip-a-chip já seria suficiente para economizar energia e diminuir o calor dos data-centers.
O grande problema é que, para fazer uma conexão óptica, o emissor e o receptor devem estar perfeitamente alinhados.
Isto exige que os dois chips sejam eles próprios previamente alinhados, para que o guia de ondas que os unirá consiga transferir as informações.
Em laboratório isso é fácil, mas é quase impossível repetir o feito em escala industrial, além do que o projeto das placas de circuito impresso muda constantemente.
Escrevendo com laser
Nicole Lindenmann e seus colegas do Instituto de Tecnologia Karlsruhe, na Alemanha, resolveram o problema.
Sua técnica, que é adequada para a indústria porque dispensa o alinhamento dos chips, alcançou taxas de transmissão de dados de vários terabits por segundo.
Os chips a serem interligados são inicialmente colocados na placa, como acontece hoje, sem qualquer preocupação com o alinhamento.
A seguir, os pesquisadores construíram uma "ponte" entre os dois usando um material óptico à base de plástico, cuja flexibilidade adapta-se perfeitamente a qualquer deslocamento entre os dois chips.
Finalmente, para estabelecer a interconexão, eles transformaram a ponte polimérica em um guia de ondas, usando uma uma técnica chamada polimerização de dois fótons - um laser de pulsos "escreve" a estrutura do guia de ondas diretamente no polímero.
Fio fotônico
O protótipo do fio fotônico alcançou uma largura de banda para a transmissão de dados de 5 terabits por segundo, com nível de perda muito baixa e usando os comprimentos de onda já usuais das telecomunicações.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia está pronta para uso industrial, e apenas aguarda contato dos interessados.