Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/04/2018
Vibrações do silêncio
Esta interface de computador consegue transcrever palavras que o usuário apenas verbaliza, ou subvocaliza, não chegando a falar em voz alta.
O objetivo é dar privacidade aos usuários sem os problemas técnicos das interfaces neurais.
"A motivação para isso foi construir um dispositivo de inteligência artificial - um dispositivo de aumento de inteligência," disse Arnav Kapur, do MIT, nos EUA. "Nossa ideia era: Será que poderíamos ter uma plataforma de computação mais interna, que fundisse humanos e máquinas de alguma forma e que parecesse uma extensão interna da nossa própria cognição?"
Devaneios à parte, eletrodos captam sinais neuromusculares na mandíbula e no rosto que são acionados por verbalizações internas - falar as palavras "na sua cabeça", sem produzir movimentos faciais detectáveis pelo olho humano.
Os sinais são enviados a um sistema de aprendizado de máquina que foi treinado para correlacionar sinais específicos com palavras específicas.
Fones ósseos
O dispositivo não serve apenas para falar, mas também para ouvir, incluindo um par de fones de ouvido de condução óssea, que transmitem vibrações através dos ossos da face até o ouvido interno. Como o fone não obstrui o canal auditivo, ele permite que o sistema transmita informações ao usuário sem interromper conversações ou interferir na experiência auditiva.
Em um dos experimentos, os voluntários usaram o sistema para relatar silenciosamente os movimentos dos oponentes em um jogo de xadrez e, da mesma forma, silenciosamente receber respostas recomendadas por computador. Mas as aplicações não se restringem a trapaças. De forma geral, defende Kapur, esse sistema de "computação silenciosa" permite fazer perguntas e receber respostas sem que as pessoas no ambiente percebam, o que pode ser útil em ambientes de trabalho.
Os pesquisadores escreveram um programa para analisar os dados coletados pelo aparelho e descobriram que os sinais de eletrodos colocados em sete locais específicos da cabeça são consistentemente capazes de distinguir palavras subvocalizadas.
Mas, de forma a produzir um equipamento de vestir menos intrusivo, eles estão obtendo resultados comparáveis usando apenas quatro eletrodos ao longo da mandíbula.