Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/02/2011
Interfaces cerebrais
Interfaces neurais, controle de equipamentos usando os pensamentos, interfaces cérebro-máquina.
Assim como os teclados parecem estar dando lugar às telas sensíveis ao toque, a próxima geração de interfaces já está sendo desenhada.
À medida que a tecnologia dos sensores avança, juntamente como a compreensão do cérebro humano, fica cada vez mais próximo o dia em que os dedos darão lugar às ondas cerebrais.
É isto o que se vê no desenvolvimento mais recente apresentado pelo centro de pesquisas IMEC, da Bélgica.
Monitoramento cerebral contínuo
O equipamento é um sistema de eletroencefalograma que permite o monitoramento contínuo das ondas cerebrais.
Inicialmente desenvolvido para aplicações médicas, o aparelho registra as ondas cerebrais e as transmite via rádio - a chamada conexão wireless - para um receptor localizado a até 10 metros do usuário.
A questão é que são exatamente esses sistemas médicos que os pesquisadores estão utilizando em suas interfaces neurais para o controle de computadores, equipamentos eletrônicos, cadeiras de rodas, exoesqueletos e robôs.
Toda a eletrônica embarcada do aparelho, incluindo o processador, controlador e radiotransmissor, está acondicionada em um circuito medindo 2,5 x 3,5 x 5 centímetros - cabe em qualquer fone de ouvido ou capacete.
O equipamento inteiro consome apenas 3,3 mW (miliwatts) de energia quando transmitindo para apenas 1 canal, e 9,2 mW quando transmitindo para 8 canais - isso se traduz em uma durabilidade de até 4 dias para suas baterias de íons de lítio de 100 mAh.
Eletroencefalograma em casa
O mais importante para sua aplicação prática, contudo, talvez seja o fato de que o equipamento utiliza eletrodos secos - não é necessário passar o gel normalmente usado para melhorar o contato do eletrodo com o corpo.
Apesar disso, são usados sensores de liga de prata, fabricados para uso médico, disponíveis comercialmente. Isso significa que pode haver algum desconforto, já que o conforto não é uma prioridade quando se desenvolve aparelhos para serem usados poucos minutos durante um exame.
Do ponto de vista médico, o equipamento permite que os exames de eletroencefalograma hoje feitos em laboratório, exigindo técnicos especializados e colocação de eletrodos com gel, possam ser feitos em casa.
O monitoramento contínuo dará aos médicos dados dos pacientes muito mais próximos da realidade do que a amostragem hoje feita durante alguns minutos no laboratório.