Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/06/2018
Interface háptica
É certo que, em um futuro não muito distante, acharemos um tanto tosco ficar digitando em telas minúsculas, como fazemos nos nossos celulares.
Por enquanto, as tentativas de superar as interfaces atuais é que são bastante toscas - mas algumas delas são promissoras o suficiente para merecerem um desenvolvimento em produto.
É o caso da interface háptica criada por Yang Jiao e seus colegas da Universidade Purdue, nos EUA.
O dispositivo consiste em uma braçadeira envolvendo o antebraço, do pulso até abaixo do cotovelo. O material contém sensores e atuadores táteis que, quando estimulados, emitem uma vibração contra a pele, vibração essa que se altera de forma dinâmica durante o processo.
Isso permitiu criar 39 combinações vibratórias correspondentes a um igual número de fonemas - fonemas são unidades de som em um idioma que distinguem uma palavra da outra. Os sons de consoantes como K, P e T foram codificadas como sensações em diferentes áreas fixas do braço, enquanto as vogais são indicadas por estímulos que se movem para cima, para baixo ou ao redor do antebraço.
Basta então que o usuário aprenda a linguagem das vibrações para que entenda a mensagem que lhe está sendo passada - a boa notícia é que dá para aprender o básico desse idioma vibratório em cerca de uma hora e meia.
Linguagem das vibrações
Doze voluntários foram colocados para aprender os símbolos hápticos através do método baseado em fonemas em um cronograma de 100 palavras em 100 minutos, enquanto outros 12 aprenderam usando um sistema baseado em letras, sílabas e palavras.
Os resultados mostraram que os fonemas funcionam melhor do que uma abordagem baseada em palavras, fornecendo um caminho mais consistente para a aprendizagem do usuário em um curto período de tempo. Os níveis de desempenho variaram muito entre os voluntários para cada método, mas, com a abordagem baseada em fonemas, pelo menos metade alcançou 80% de precisão, com dois deles atingindo 90% de precisão - tudo com uma hora e meio de aprendizado.
Os pesquisadores argumentam que o uso de fonemas é mais eficiente em comparação com as letras porque há menos fonemas do que letras em uma palavra.
"Imagine um futuro em que você possa usar uma capa que envie mensagens discretamente para você - pela sua pele - em momentos em que pode ser inconveniente ver uma mensagem de texto. Eu realmente espero que isso decole," disse a professora Hong Tan, orientadora da pesquisa, lembrando que o Facebook já se interessou pela tecnologia e está financiando a pesquisa.