Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/07/2024
Matriz computacional paralela óptica
Um novo chip de detecção inteligente conseguiu processar, transmitir e reconstruir imagens de uma cena em nanossegundos. O truque é simples: Fazer tudo usando luz, sem precisar ficar traduzindo as informações entre eletrônicas e ópticas.
Este avanço abre as portas para o processamento de imagens em velocidade extremamente alta, beneficiando aplicações de visão de máquina, visão robótica, inspeção industrial e inúmeros outros usos envolvendo a inteligência artificial, como a direção autônoma de veículos.
O chip deverá beneficiar particularmente a computação na borda, que executa tarefas intensivas de computação, como processamento e análise de imagens, em dispositivos locais, incluindo aqueles da internet das coisas, ajudando-a a dar corpo a um novo conceito, a "inteligência na borda", que prevê a adição de capacidades de análise e tomada de decisão orientadas por inteligência artificial em dispositivos com baixo consumo de energia.
A melhoria não foi simplesmente resultado de melhorias no chip, mas representa um autêntico salto de qualidade no modo como unifica duas plataformas diferentes, a microeletrônica atual, com a mais futurística computação fotônica, baseada em luz, criando o que a equipe chama de uma "matriz computacional paralela óptica".
"A captura, processamento e análise de imagens para tarefas baseadas na borda, como direção autônoma, estão atualmente limitadas a velocidades de milissegundos devido à necessidade de conversões ópticas para eletrônicas," disse o professor Lu Fang, da Universidade Tsinghua, na China. "Nosso novo chip pode realizar todos esses processos em apenas nanossegundos, mantendo-os todos no domínio óptico. Isso poderá ser usado para melhorar significativamente, ou mesmo substituir, a arquitetura tradicional de aquisição de sensores seguida de pós-processamento de IA."
Inteligência na borda
O chip alcançou uma largura de banda de processamento de até cem bilhões de píxeis e um tempo de resposta de apenas 6 nanossegundos, o que é cerca de seis ordens de magnitude (106) mais rápido do que os métodos atuais.
A equipe também usou o chip para criar uma rede neural óptica que integra percepção, computação e reconstrução de imagens.
"O chip e a rede neural óptica podem aumentar a eficiência do processamento de cenas complexas na inspeção industrial e ajudar a avançar a tecnologia de robôs inteligentes para um nível mais alto de inteligência cognitiva," disse o pesquisador Wei Wu. "Acreditamos que isso também poderá revolucionar a inteligência na borda".