Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/01/2023
Tecnoassinaturas
O pesquisador Peter Ma, da Universidade de Toronto, no Canadá, não ficou nada satisfeito quando um banco de dados de 150 TB foi descartado pelas ferramentas de análise de dados normalmente usadas para encontrar indícios de fenômenos não-naturais.
Mais especificamente, aqueles dados, referentes a 820 estrelas próximas de nós, foram escaneados em busca de sinais de vida extraterrestre, as chamadas tecnoassinaturas, ou evidências de tecnologia.
Então Ma e seus colegas decidiram desenvolver uma nova ferramenta de análise de dados, baseada em inteligência artificial. A abordagem consistiu em aplicar novas técnicas de aprendizado profundo a um algoritmo de pesquisa tradicional para produzir resultados mais precisos - e, de quebra, fazer isso mais rapidamente.
O novo software encontrou nada menos do que oito sinais de interesse que não haviam sido detectados anteriormente.
A equipe então checou manualmente os dados para confirmar os resultados, e verificou que os novos sinais têm várias características que os tornam merecedores de toda a atenção:
"Esses resultados ilustram dramaticamente o poder da aplicação de métodos modernos de aprendizado de máquina e visão computacional para desafios de dados em astronomia, resultando em novas detecções e maior desempenho. A aplicação dessas técnicas em escala será transformadora para a ciência da tecnoassinatura de rádio," disse Ma.
Estamos sozinhos no universo?
A equipe já está reexaminando esses oito novos alvos de interesse, mas ainda não conseguiu novas detecções de nenhum desses sinais.
Contudo, essa nova abordagem de análise de dados pode permitir que os astrônomos entendam com mais eficácia os dados que coletam e ajam mais rapidamente para reexaminar os alvos, não deixando que vários anos se passem sem que uma fonte potencial seja novamente observada.
"Estamos ampliando esse esforço de busca para um milhão de estrelas hoje com o telescópio MeerKAT, e iremos além. Acreditamos que um trabalho como esse ajudará a acelerar a taxa com que podemos fazer descobertas em nosso grande esforço para responder à pergunta 'Estamos sozinhos no universo?'," concluiu Ma.