Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/07/2016
Vidas diferentes
O Instituto SETI, que procura sinais de vida alienígena inteligente, está propondo a adoção de uma abordagem mais ampla e multidisciplinar para sua busca.
A ideia, que envolve ir além das técnicas de rádio e óptica usadas até agora, é que a busca possa ser capaz de encontrar vidas que não sejam exatamente como a nossa.
Nathalie Cabrol, diretora do Centro Sagan Carl de Pesquisas, do Instituto SETI, afirma, para procurar por vida de uma forma mais ampla, que inclua formas de vida como nós não conhecemos, é necessária uma mudança radical na busca pela inteligência extraterrestre, que passe a contar com um esforço multidisciplinar envolvendo física, biologia, informática e ciências sociais.
"Para encontrar ETs, devemos abrir nossas mentes para além da perspectiva geocêntrica profundamente enraizada em nós, expandir nossos métodos de investigação e implantar novas ferramentas. Nunca antes tantos dados estiveram disponíveis em tantas disciplinas científicas para nos ajudar a compreender o papel de eventos probabilísticos no desenvolvimento de inteligência extraterrestre.
"Esses dados nos dizem que cada mundo é uma experiência planetária única. É provável que a vida inteligente avançada seja abundante no Universo, mas pode ser muito diferentes de nós, com base no que sabemos agora da coevolução da vida e do meio ambiente," disse Cabrol.
Instituto Virtual
As buscas do Instituto SETI - sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre - começaram na década de 1960 usando radioastronomia para tentar detectar sinais transmitidos por civilizações alienígenas - hoje são usados também telescópios tradicionais, na faixa da luz visível.
Há fortes razões para continuar com estes esforços, mas há igualmente razões convincentes para alargar os critérios de pesquisa e expandir as metodologias existentes.
Para um esforço dirigido e eficaz, Cabrol propõe a criação de um Instituto Virtual, com a participação da comunidade científica global. O novo Instituto Virtual SETI ficaria responsável por integrar o novo conhecimento para entender quem, o que e onde os ETs podem estar, não esquecendo de ir além da perspectiva antropocêntrica.
A bola agora está com cientistas de todo o mundo, que precisam manifestar o interesse em participar do esforço.
"Nos próximos meses, vamos convidar a comunidade internacional de pesquisa para contribuir para um novo roteiro científico para o SETI. Vamos explorar recursos para o desenvolvimento de um Instituto Virtual e de um arcabouço intelectual para projetos voltados para o avanço do conhecimento sobre inteligência extraterrestre," disse Bill Diamond, presidente do Instituto.