Com informações do MCTI e Agência Brasil - 25/01/2012
Esforço criativo
A inovação tecnológica deixou de ser uma opção e passou a ser um imperativo para o desenvolvimento do país.
Este foi o discurso do novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
No discurso de posse, ele afirmou que pretende ampliar a infraestrutura da ciência e tecnologia, e unir universidades e institutos de pesquisa para desenvolver projetos estratégicos.
"Tenho absoluta consciência da exigência sem precedentes para que a ciência, tecnologia e inovação contribuam para o desenvolvimento do país. O desafio da inovação ganhou novo patamar. Inovação não é opção, é imperativo. O futuro do país depende desse esforço criativo", ressaltou.
Conhecimento e economia
O novo ministro convocou governo, sociedade e empresas a somar esforços para a solução dos grandes problemas nacionais.
"Uma das necessidades que se impõem é a construção de um modelo que faça a aliança entre o conhecimento científico e a economia," disse.
Raupp enfatizou a necessidade de fortalecer os institutos de pesquisa para a intermediação do conhecimento científico com o sistema produtivo.
O papel da universidade, por sua vez, seria a interação com os grandes desafios do pensamento e a promoção e a disseminação do conhecimento.
Ele avaliou que as experiências no agronegócio, no petróleo e na aeronáutica mostram que o país está preparado para atuar na economia do conhecimento.
A seu ver, o MCTI deu um passo importantíssimo nessa direção ao estabelecer a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) para o período de 2012 a 2015.
Setores do futuro
Entre os setores considerados "portadores de futuro", ele defendeu que os complexos industriais de defesa, aeroespacial e nuclear devem ser pensados em conjunto, por questão de soberania nacional.
E que é necessário estruturar uma cadeia de produção com pleno domínio das tecnologias envolvidas.
No que diz respeito a petróleo e gás, Raupp afirmou que a manutenção do fundo setorial CTPetro é imprescindível e prometeu continuar a luta por esses recursos no Congresso Nacional.
Segundo sua avaliação, o Brasil pode se tornar a primeira potência ambiental do planeta.
"A exploração da biodiversidade implica desafios importantíssimos para o futuro e a modernização da sociedade brasileira, o que exigirá uma visão de desenvolvimento nova, em que a ciência, a tecnologia e a inovação serão elementos cruciais para assegurar a sustentabilidade em seu sentido amplo", analisou, remetendo à ideia de "economia verde".
"Vamos fazer com que a nossa educação e a nossa ciência sejam motivos de orgulho para o Brasil e para os brasileiros, e de admiração para o mundo," concluiu.
A realidade
O Brasil é um dos 13 países com maior produção científica (ranking baseado na produção de artigos científicos publicados em revistas especializadas), mas ocupa o 47º lugar em inovação, pesquisa e desenvolvimento.
Além disso, em comparação aos países que mais desenvolvem tecnologia, o Brasil tem a menor participação empresarial nos investimentos para a geração de processos e equipamentos inovadores.
Aqui, o governo é o principal agente investidor em pesquisa e desenvolvimento (total de 1,2% do Produto Interno Bruto).
Para estimular a participação do capital privado na inovação, Raupp promete aumentar as parcerias público-privadas como é o caso da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi).
A expectativa é que a "Embrapa da indústria" comece a funcionar no próximo mês, colocando à disposição das empresas laboratórios de tecnologia como o do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), e centros de alto desempenho do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).