Com informações da Agência Brasil - 20/07/2014
Professores e estudantes universitários da Espanha, de Portugal e da América Latina avaliam que o incentivo à inovação tecnológica precisa ser ampliado.
Foram ouvidos cerca de 11 mil entrevistados nesses países.
A pesquisa foi feita pela Universia, rede que reúne universidades públicas e privadas de língua portuguesa e espanhola, e faz parte da preparação para o 3º Encontro Internacional de Reitores Universia, que reunirá mais de mil reitores no Rio de Janeiro, nos dias 28 e 29 deste mês.
De acordo com a pesquisa, os países avaliados ficam menos competitivos em comparação às outras nações que têm pesquisa, inovação e o empreendedorismo entre as prioridades.
Para o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Carlos Alberto Netto, a cultura de inovação tecnológica é praticamente inexistente no Brasil. "Isso representa, de fato, um desperdício da capacidade dos nossos professores, técnicos e estudantes que têm muitas ideias interessantes, trabalhos na área do conhecimento, e poderiam dar uma contribuição maior para a sociedade".
Segundo Netto, o país dispõe de mecanismos para estimular a inovação, como agências de fomento estaduais, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Porém, falta uma integração dos pesquisadores com as empresas. "Acho que falta ao Brasil ainda juntar o potencial criativo inovador das nossas universidades com as empresas," afirmou.
O reitor observou que o Brasil tem uma economia forte, mas ainda muito baseada em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), que têm menos valor agregado.
"Como usar esse potencial criativo que reside na qualidade dos nossos professores, alunos e técnicos dedicados à pesquisa científica para que isso se transforme também em inovação e que essa inovação, por sua vez, se transforme em produtos que cheguem ao mercado", destacou.
Durante o encontro no final do mês, os reitores discutirão qualidade e renovação do ensino; organização, governo e financiamento; universidade e entorno social e internacionalização.