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Brasil reúne esforços para impulsionar energia eólica no país

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/05/2012

Brasil reúne esforços para impulsionar energia eólica no país
Para incentivar a energia eólica no Brasil será necessário investir na capacitação de recursos humanos, criar infraestrutura laboratorial, e alavancar a pesquisa na cadeia de energia eólica em todas as suas dimensões e tecnologias.
[Imagem: MCTI]

Boom da energia eólica

O maior potencial brasileiro de geração de energia eólica localiza-se próximo ao litoral das regiões Nordeste e Sul.

Atualmente o país detém uma capacidade de geração eólica de 1,4 GW (gigawatts) e 57 novos parques eólicos em construção, que vão gerar uma energia adicional de aproximadamente 1,5 GW.

Esse boom da energia eólica já motivou a instalação de oito fabricantes de equipamentos no Brasil.

O assunto foi tema de um encontro promovido em Brasília Centro de Gestão e Estudo Estratégicos (CGEE).

Durante o evento, foram apresentados os primeiros resultados da prospecção tecnológica sobre o setor, iniciada em janeiro deste ano.

Estratégia eólica

O encontro objetivou produzir subsídios para a formulação de políticas públicas para a cadeia produtiva de energia eólica no Brasil, com foco em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).

Segundo Ceres Cavalcanti, responsável pelo projeto do CGEE, foi detectada a necessidade de capacitação de recursos humanos, de infraestrutura laboratorial, bem como de alavancar a pesquisa na cadeia de energia eólica em todas as suas dimensões e tecnologias.

"É importante termos esse suporte científico e tecnológico para que a indústria eólica possa ter o seu conteúdo local aumentado com tecnologias desenvolvidas especificamente para as condições brasileiras," disse Eduardo Soriano, responsável pela área de energia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Segundo ele, os resultados dessa prospecção realizada pelo CGEE vão orientar e subsidiar as ações no âmbito da Estratégica Nacional de Ciência Tecnologia (Encti), para o período de 2012 a 2015.

Certificação de equipamentos eólicos

Na avaliação dos participantes do evento, há necessidade de um laboratório nacional para certificação de equipamentos eólicos.

Já existe um esforço de PD&I em universidades e centros de pesquisa, com foco em peças e componentes para grandes aerogeradores, em aerogeradores de pequeno e médio porte, em eventos extremos no Sul do país, em previsão de ventos, entre outras áreas.

Soriano observou que, desde 2007, por meio dos editais de subvenção da Finep, o Ministério apoiou projetos de empresas no valor total de R$ 42 milhões, para o desenvolvimento de aerogeradores, conversores, analisadores, torres e transformadores, entre outros.

O superintendente de P&D da Aneel, Máximo Pompmayer, informou que está em estudo a realização de chamada de projetos estratégicos em energia eólica, semelhante à chamada de energia solar fotovoltaica que recebeu cerca de R$ 400 milhões de propostas das concessionárias de energia elétrica.

Lado antiquado das energias renováveis

Apesar de as previsões indicarem que a energia eólica no Brasil vai crescer sete vezes até 2014, um relatório recente de uma agência da ONU disse que o Brasil não investe o suficiente em energias renováveis modernas.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por exemplo, a agência estadual mais forte do país, está fortemente centrada nos biocombustíveis, o que seria, a julgar pelo discurso da Unctad, uma energia renovável "antiquada".

De fato, a produção de biocombustíveis no Brasil já foi associada a denúncias de trabalho escravo, poluição, mau uso da terra e destruição da agricultura familiar, além de ser altamente concentradora de renda.

A tentativa do governo federal de usar o programa do biodiesel para atingir metas sociais, por exemplo, não produziu os resultados inicialmente apregoados, aparentemente porque a política atropelou a tecnologia.

Fora desse lado nefasto dos biocombustíveis, a FAPESP tem apoiado pesquisas do chamado etanol de segunda geração, mas não se espera resultados práticos antes de 10 anos.

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