Com informações da BBC - 31/01/2020
Telescópio solar
O telescópio solar DKIST (Daniel K. Inouye Solar Telescope), no Havaí, registrou as imagens de mais alta resolução já obtidas da superfície do Sol.
As imagens mostram pequenas estruturas da superfície solar, semelhantes a células, mostrando a convecção - o processo de transmissão de calor - de massas de gás quente ou plasma.
Os núcleos brilhantes são onde este material solar está em ascensão; as linhas escuras ao redor são onde o plasma está esfriando e afundando.
As estruturas têm dimensões maiores do que o estado de Minas Gerais, podendo ser vistas com uma resolução de 30 km, o que é impressionante quando comparada com a escala do astro, que tem cerca de 1,4 milhão de km de diâmetro.
Previsão das tempestades solares
O DKIST acaba de entrar em operação, e estas são apenas as primeiras imagens captadas por seu espelho de 4 metros, o maior do mundo para um telescópio solar.
O observatório será usado para estudar o funcionamento do Sol. Os cientistas querem entender a dinâmica do comportamento do astro, na esperança de poderem prever melhor suas explosões de energia e outras variáveis - o que costuma ser chamado de "clima espacial".
As gigantescas emissões de partículas carregadas e seus campos magnéticos podem representar grandes riscos não apenas para os satélites artificiais na Terra, como também para qualquer aparelho eletroeletrônico, interferindo nas comunicações de rádio e até desligando as redes elétricas.
"Na Terra, podemos prever se vai chover com muita precisão em qualquer lugar do mundo, e com o clima espacial ainda não é assim", explica Matt Mountain, presidente da Associação de Universidades para Pesquisas Astronômicas, que administra o DKIST. "Nossas previsões estão atrasadas 50 anos em relação ao clima terrestre, se não mais. O que precisamos é compreender a física subjacente ao clima espacial, e isso começa no Sol, que é o que o Telescópio Solar Inouye vai estudar nas próximas décadas."
Orbitador solar
O DKIST é um complemento para a sonda Orbitador Solar (SolO), que deverá ser lançada na próxima semana pela NASA e pela ESA.
Esta sonda vai capturar as imagens mais de perto do Sol já feitas, a apenas 42 milhões de quilômetros da superfície do astro - isto é mais próximo do Sol do que o planeta Mercúrio.
A SolO será capaz de capturar estruturas de pelo menos 70 km de diâmetro, mas detectará uma faixa muito maior de comprimentos de onda do que o DKIST e passará por mais níveis na atmosfera do Sol. A sonda também vai seguir uma rota que oferece uma visão sem precedentes das regiões polares da estrela.