Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2021
Processador quântico Eagle
A IBM anunciou a construção do maior processador quântico supercondutor do mundo, ultrapassando o tamanho das máquinas de última geração do Google e de pesquisadores chineses, que demonstraram a supremacia quântica em dois processadores quânticos diferentes há menos de um mês.
Enquanto processadores anteriores do mesmo tipo continham até 60 bits quânticos supercondutores, o novo processador Eagle (águia) da IBM mais do que duplica essa marca, chegando aos 127 qubits.
A empresa prometeu dar maiores detalhes do processador em um evento que começa nesta terça-feira.
Segundo especialistas, embora o número de qubits seja um elemento importante, para conhecer o verdadeiro poder computacional do novo processador é necessário ver como a empresa está conseguindo utilizá-los, se todos estão realmente operando em conjunto e como o processador lida com a correção de erros.
Em 2019, o Google anunciou que seu processador quântico Sycamore, que também usa qubits supercondutores, teria alcançado a supremacia quântica, o ponto em que os computadores quânticos podem resolver problemas que não poderiam ser resolvidos de maneira prática ou viável por um computador clássico.
Ocorre que a IBM contestou a alegação do Google. Na época o Sycamore tinha 56 qubits. Embora a IBM agora possa ter novidades com seus 127 qubits, a empresa não fez alegações sobre a supremacia quântica, razão pela qual os detalhes que serão dados durante o evento desta semana precisam ser aguardados.
Barreira dos 1.000 qubits
O processador supercondutor mais potente até agora era o Zuchongzhi, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, com 60 qubits.
"Com o Eagle, estamos demonstrando que podemos escalonar a tecnologia, que podemos começar a gerar qubits suficientes para entrar em uma rota que tenha capacidade de computação suficiente para resolver problemas interessantes. É um trampolim para máquinas maiores," antecipou o pesquisador Bob Sutor, da IBM.
O anúncio desta semana mostra que a empresa está seguindo seu roteiro tecnológico, que prevê um processador quântico de 400 qubits no ano que vem e quebrar a barreira dos 1.000 qubits em 2023, com um processador chamado Condor.
Várias abordagens estão sendo utilizadas por diferentes equipes acadêmicas e empresariais em todo o mundo para criar um processador quântico prático, dos circuitos supercondutores aos fótons, elétrons e átomos, mas ainda não está claro qual tipo de qubit será o equivalente do transístor que fundamentou a revolução da computação eletrônica clássica.