Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/10/2019
Cometa interestelar
O telescópio espacial Hubble obteve a melhor visão até agora de um visitante interestelar que se acredita ter chegado aqui de outro sistema planetário, em outro ponto da nossa galáxia.
O cometa 2I/Borisov (o "I" significa interestelar) é apenas o segundo objeto interestelar (o número 2 em seu nome) já visto cruzando o nosso Sistema Solar. Hennadiy Borysov foi o astrônomo amador que o descobriu.
Em 2017, o primeiro visitante interestelar identificado, um objeto chamado 'Oumuamua, passou a 38 milhões de quilômetros do Sol antes de sair novamente do Sistema Solar.
"Enquanto o 'Oumuamua parecia uma rocha nua, o Borisov é realmente ativo, mais como um cometa normal. É um quebra-cabeças porque esses dois são tão diferentes," comentou o astrônomo David Jewitt, da Universidade da Califórnia.
De fato, essa similaridade com os "nossos" cometas foi um tanto decepcionante, uma vez que se esperava que um cometa interestelar fornecesse vários insights valiosos, como a composição química, a estrutura e as características da poeira de um bloco de construção planetário, presumivelmente forjado em um sistema estelar alienígena há muito tempo e muito longe daqui.
"Como outro sistema estelar pode ser bem diferente do nosso, o cometa poderia ter experimentado mudanças significativas durante sua longa jornada interestelar. No entanto, suas propriedades são muito semelhantes às dos blocos de construção do Sistema Solar, e isso é muito notável," acrescentou a astrônoma Amaya Moro-Martin, membro da equipe de observação.
Cometa Borisov
O Hubble fotografou o 2I/Borisov a uma distância de aproximadamente 420 milhões de quilômetros da Terra. O cometa está viajando em direção ao Sol e fará sua maior aproximação da nossa estrela em 7 de dezembro, quando estará duas vezes mais longe do Sol do que a Terra.
Ele também segue um caminho hiperbólico ao redor do Sol e atualmente está disparando a uma velocidade extraordinária de mais de 150.000 quilômetros por hora, ou tão rápido quanto a Terra viaja ao redor do sol. Em meados de 2020, o cometa estará de volta ao espaço interestelar, onde flutuará por milhões de anos antes de talvez um dia se aproximar de outro sistema estelar.