Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/04/2020
Cometa desintegrando
O telescópio espacial Hubble proporcionou aos astrônomos a visão mais nítida já vista de um cometa se despedaçando.
O telescópio identificou cerca de 30 fragmentos do cometa em 20 de abril e 25 pedaços em 23 de abril.
O cometa C/2019 Y4 (ATLAS) foi descoberto em dezembro de 2019 pelo sistema de pesquisa astronômica robótica ATLAS (Sistema de Alerta Terrestre de Impacto de Asteroides) no Havaí.
Ele foi aumentando de brilho rapidamente até meados de março, o que levou os astrônomos a prever inicialmente que ele poderia ficar visível a olho nu em Maio, o que o tornaria um dos cometas mais espetaculares vistos nas últimas duas décadas.
No entanto, o cometa começou a perder brilho rapidamente, levando os astrônomos desta vez a especular que seu núcleo poderia estar se fragmentando ou até se desintegrando.
A fragmentação do ATLAS foi confirmada pelo astrônomo amador português José de Queiroz, que fotografou cerca de três pedaços do cometa em 11 de abril.
O Hubble então foi chamado para monitorar o rompimento. Fotos feitas em 20 e 23 de abril revelam que os fragmentos estão todos envoltos em uma cauda de poeira cometária.
Essas imagens fornecem mais evidências de que a fragmentação de cometas é mais comum do que se previa, e pode até mesmo ser o mecanismo dominante pelo qual os núcleos sólidos e gelados dos cometas morrem.
"Isso é realmente emocionante - tanto porque esses eventos são superlegais de assistir, quanto porque eles não acontecem com muita frequência. A maioria dos cometas que se fragmentam são escuros demais para serem vistos. Eventos em tal escala acontecem apenas uma ou duas vezes por década," disse o astrônomo Quanzhi Sim, da Universidade de Maryland.
Antes de se desintegrar, o cometa Atlas media o equivalente a dois campos de futebol. As fotos de sua desintegração foram feitas quando ele estava a 146 milhões de quilômetros da Terra
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