Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/08/2020
Explosão estelar
Novas observações feitas com o telescópio espacial Hubble indicam que o escurecimento inesperado da estrela supergigante Betelgeuse foi causado por uma imensa quantidade de material quente ejetado para o espaço, formando uma nuvem de poeira que bloqueou a luz emanada da superfície de Betelgeuse.
A estrela é tão grande que, se substituísse o Sol no centro do nosso Sistema Solar, sua superfície externa se estenderia além da órbita de Júpiter.
Enquanto vários astrônomos levantaram a hipótese de que a estrela estava prestes a explodir de vez, em seu processo de envelhecimento, uma explosão aconteceu de fato, mas não tão catastrófica.
O fenômeno sem precedentes do grande escurecimento de Betelgeuse, perceptível até mesmo a olho nu, começou em outubro de 2019. Em meados de fevereiro de 2020, o brilho da estrela caiu por um fator superior a três. Esse escurecimento repentino confundiu os astrônomos, que procuraram desenvolver teorias para explicar a mudança abrupta.
As novas observações do Hubble indicam que uma nuvem de poeira se formou quando o plasma superaquecido foi liberado de uma ressurgência de uma grande célula de convecção na superfície da estrela e passou pela atmosfera quente até as camadas externas mais frias, onde esfriou e se transformou em poeira.
A nuvem resultante bloqueou a luz de cerca de um quarto da superfície da estrela, começando no final de 2019. Em abril de 2020, a estrela havia retornado ao seu brilho normal.
"Com o Hubble, nós vimos o material conforme ele deixou a superfície visível da estrela e se moveu pela atmosfera, antes da formação de poeira que fez com que a estrela parecesse escurecer. Pudemos ver o efeito de uma região densa e quente na parte sudeste da estrela se movendo para fora.
"Esse material era de duas a quatro vezes mais luminoso do que o brilho normal da estrela. E então, cerca de um mês depois, o hemisfério sul de Betelgeuse esmaeceu visivelmente, tornando a estrela menos brilhante. Achamos que é possível que uma nuvem escura resultou do fluxo que o Hubble detectou," disse a astrônoma Andrea Dupree, do Centro Harvard-Smithsoniano de Astrofísica.