Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/01/2019
Dissolução do CO2
Um novo tipo de gerador de energia, uma espécie de híbrido entre célula a combustível e bateria química, produz continuamente eletricidade e hidrogênio usando como matéria-prima o dióxido de carbono (CO2).
Parece ser o melhor de dois mundos: Além de consumir o gás de efeito estufa, cujo excesso tem causado tantas preocupações, o sistema gera um combustível limpo por excelência, o hidrogênio, que pode ser usado em outras células a combustível para produzir mais eletricidade sem gerar novas emissões.
Ao contrário das células apróticas (não geradoras de prótons, ou íons hidrogênio) de metal-CO2, que também produzem energia elétrica e hidrogênio continuamente através da conversão de CO2, o novo sistema híbrido não regenera o CO2 durante o carregamento.
"A chave para as tecnologias [de captura, utilização e sequestro de carbono] é a fácil conversão de moléculas de CO2 quimicamente estáveis em outros materiais. Nosso novo sistema resolveu esse problema com um mecanismo de dissolução do CO2," explica o professor Changmin Kim, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul.
Gerador de eletricidade e hidrogênio
A equipe coreana explorou um fenômeno bem conhecido dos ambientalistas, o fato de que a maior parte das emissões humanas de CO2 é absorvida pelo oceano e se transforma em acidez. Eles tiveram a ideia de fundir o CO2 na água para induzir uma reação eletroquímica. Se a acidez aumenta, o número de prótons (íons de hidrogênio) aumenta, o que aumenta o poder de atrair elétrons. Isso permite produzir eletricidade removendo CO2.
O sistema híbrido Na-CO2, de forma similar a uma célula de combustível, consiste de um catodo (sódio metálico), um separador de nasicon (sigla em inglês para condutor superiônico de sódio) e um anodo (catalisador). Ao contrário de outras baterias químicas, os catalisadores estão contidos na água e são conectados por um fio condutor ao catodo.
Assim que o CO2 é injetado na água a reação se inicia, consumindo o dióxido de carbono e criando eletricidade e H2.
O protótipo apresentou uma eficiência de conversão do CO2 de 50% e manteve uma operação estável por mais de 1.000 horas de dissolução espontânea de CO2. Mas a equipe ainda não está satisfeita com estes bons resultados.
"Esta pesquisa levará a mais pesquisas derivadas e será capaz de produzir H2 e eletricidade de forma mais eficaz quando os eletrólitos, o separador, o projeto do sistema e os eletrocatalisadores forem aprimorados," disse o professor Kim.