Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Plantão

Grande diminuição de brilho de Betelgeuse foi causada por poeira estelar

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/06/2021

Grande diminuição de brilho de Betelgeuse foi causada por poeira estelar
A superestrela Betelgeuse diminuiu drasticamente de brilho e depois voltou ao normal, tudo em um período de 16 meses.
[Imagem: M. Montargès et al. - 10.1038/s41586-021-03546-8]

Grande Diminuição de Brilho

Astrônomos afirmam ter "desvendado o mistério" do escurecimento inesperado da estrela supergigante Betelgeuse, observado entre o final de 2019 e início de 2020.

O evento, conhecido como "Grande Diminuição de Brilho de Betelgeuse", levou Miguel Montargès e a sua equipe a apontar o telescópio VLT, no Chile, para a estrela gigante, em uma série de observações que durou até abril de 2020, quando Betelgeuse já havia retornado ao seu brilho normal.

"Pela primeira vez, estávamos vendo a variação de uma estrela em tempo real, numa escala de semanas," disse Montargès, do Observatório de Paris e da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. "As imagens agora publicadas são as únicas que possuímos que mostram a superfície de Betelgeuse variando de brilho ao longo do tempo."

A interpretação dos dados obtidos pela equipe propõe que a misteriosa diminuição de brilho foi causada por um véu de poeira que cobriu a estrela, o que, que por sua vez, foi o resultado de uma queda na temperatura na superfície estelar de Betelgeuse.

A superfície de Betelgeuse varia regularmente à medida que bolhas de gás se movem, encolhem e aumentam dentro da estrela. A equipe concluiu que, algum tempo antes da Grande Diminuição de Brilho, a estrela ejetou uma enorme bolha de gás que se deslocou para longe. Quando uma parte da superfície esfriou pouco tempo depois, essa diminuição de temperatura foi suficiente para permitir a condensação desse gás em poeira sólida.

"Assistimos diretamente à formação da chamada poeira estelar," disse Montargès. "A poeira expelida por estrelas evoluídas frias, tais como a ejeção que vimos, pode se transformar nos blocos constituintes de planetas terrestres e de vida," acrescentou Emily Cannon, coautora do estudo.

Esperando por uma supernova

Embora estas novas observações tragam dados mais precisos, a conclusão é a mesma obtida com observações da Betelgeuse feitas pelo telescópio Hubble em meados do ano passado.

E estes dados ao longo do tempo também parecem descartar de vez a hipótese de que Betelgeuse poderia estar na iminência de explodir, morrendo na forma de uma supernova.

Uma supernova não tem sido observada em nossa galáxia desde o século XVII, então os astrônomos atuais não têm certeza do que esperar de uma estrela na fase que antecede este evento explosivo. No entanto, este novo trabalho de pesquisa confirmou que a Grande Diminuição de Brilho de Betelgeuse não foi um sinal precoce de que a estrela estava caminhando para seu destino dramático, que acabará chegando, mais cedo ou mais tarde.

Bibliografia:

Artigo: A dusty veil shading Betelgeuse during its Great Dimming
Autores: M. Montargès, E. Cannon, E. Lagadec, A. de Koter, P. Kervella, J. Sanchez-Bermudez, C. Paladini, F. Cantalloube, L. Decin, P. Scicluna, K. Kravchenko, A. K. Dupree, S. Ridgway, M. Wittkowski, N. Anugu, R. Norris, G. Rau, G. Perrin, A. Chiavassa, S. Kraus, J. D. Monnier, F. Millour, J.-B. Le Bouquin, X. Haubois, B. Lopez, P. Stee, W. Danchi
Revista: Nature
Vol.: 594, pages 365-368
DOI: 10.1038/s41586-021-03546-8
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Corpos Celestes
  • Universo e Cosmologia
  • Telescópios
  • Exploração Espacial

Mais tópicos