Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/11/2010
Família promissora
Os professores Andre Geim e Kostya Novoselov, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, ganharam o Prêmio Nobel de Física de 2010 pela sintetização do grafeno.
Depois disso, eles já haviam criado o grafano, um primo do grafeno que possui um comportamento similar ao dos semicondutores, o que tornou o material ainda mais promissor para a utilização direta na eletrônica
Agora, os dois pesquisadores, liderando uma equipe internacional de cientistas, apresentaram sua mais nova criação: o fluorografeno, uma folha de carbono repleta de átomos de flúor.
Os testes indicam que o fluorografeno supera largamente os compósitos sintéticos mais resistentes disponíveis hoje no mercado, além de apresentar estabilidade termal e, apesar do flúor, ser quimicamente inerte.
Os cientistas afirmam que o fluorografeno é uma versão plana e cristalina do conhecido Teflon®, sendo mecanicamente tão forte quanto o grafeno, que atualmente é considerado o material mais forte que existe.
Com isto, além da possibilidade de uso na eletrônica, sobretudo na construção de novos tipos de LEDs, o fluorografeno poderia ser usado como uma versão mais fina e mais leve do material comercial.
Fluorografeno
Para criar o novo material, o professor Geim e seus colegas consideraram o grafeno como sendo uma gigantesca molécula. Sendo assim, como qualquer outra molécula, o grafeno poderia ser modificado em reações químicas.
O Teflon® é uma cadeia de átomos de carbono totalmente fluorada. Essas longas moléculas se ajuntam para formar o material polimérico, hoje usado em uma grande variedade de aplicações, sendo mais conhecido do público pelas panelas anti-aderentes.
O que os cientistas fizeram foi ligar átomos de flúor a cada um dos átomos de carbono do grafeno, criando um grafeno totalmente fluorado.
Para demonstrar que é possível obter o fluoragrafeno em quantidades industriais, os cientistas fizeram o experimento com o grafeno em pó, o que resultou em uma espécie de papel de fluorografeno.
O material se mostrou isolante, não reagiu com outros compostos químicos comuns e resistiu a altas temperaturas (400º C) em condições ambiente.
"As qualidades eletrônicas do fluorografeno ainda terão que ser melhoradas antes de se falar em aplicações na eletrônica, mas outras aplicações podem ser feitas imediatamente," afirmou o professor Geim.