Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/03/2012
Plataforma molecular
Pesquisadores da Universidade de Copenhague desenvolveram uma nova plataforma que pode ser usada para o desenvolvimento de componentes eletrônicos moleculares.
E, ao mesmo tempo, eles resolveram um problema que vem desafiando pesquisadores de todo o mundo há pelo menos uma década.
Mais de 10 anos atrás, quando começou a se proclamar que a nanotecnologia poderia revolucionar a tecnologia dos computadores, isto se deveu em parte porque se imaginava que estivéssemos a um passo de desenvolver a eletrônica molecular.
A eletrônica molecular envolve a substituição dos componentes eletrônicos tradicionais, como os transistores, por moléculas, criando minúsculos circuitos eletrônicos para cumprir exatamente as mesmas funções dos computadores e outros aparelhos.
Desafios da eletrônica molecular
Já foram criados inúmeros componentes eletrônicos moleculares, perfeitamente funcionais. Mas interligá-los para criar circuitos maiores não tem-se mostrado fácil.
Esse desafio mostrou-se maior do que o previsto inicialmente, em parte porque os componentes eletrônicos moleculares curto-circuitam quando as moléculas são conectadas aos eletrodos necessários para lhes levar a energia e para ler seus cálculos.
Foi necessário esperar pela descoberta do agora chamado material-maravilha, o grafeno, que se tornou a base da plataforma nanotecnológica agora criada pelos cientistas dinamarqueses.
"Nós agora podemos colocar uma das nossas lâminas de grafeno por cima das moléculas, protegendo o sistema dos curtos-circuitos. Foi assim que desenvolvemos uma nova plataforma tecnológica para uso no desenvolvimento de novos componentes eletrônicos baseados em moléculas," disse Kasper Norgaard.
Novos caminhos
O pesquisador explica que sua equipe agora está tentando utilizar moléculas com diferentes propriedades sobre a plataforma de grafeno - por exemplo, moléculas que podem alternar entre condutoras e não-condutoras.
Isso abrirá o caminho para a eletrônica do futuro em áreas como novas tecnologia de memória, telas ultrafinas e células solares mais eficientes.
Contanto que outro desafio igualmente íngreme quanto os curtos-circuitos moleculares não surja pela frente dessa área tão promissora.