Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/07/2017
Nano-fotodetector
Não é à toa que a miniaturização se tornou a alma da tecnologia moderna.
Assim como transistores cada vez menores tornaram os computadores cada vez mais poderosos, o mesmo está acontecendo com os componentes optoeletrônicos.
É o caso, por exemplo, dos sensores das câmeras digitais ou das células solares, que coletam luz e a convertem em energia elétrica. Conforme esses componentes seguem na onda da miniaturização, isso deverá significar painéis solares menores e mais leves, fotos de alta qualidade em condições de pouca iluminação, ou a transmissão mais rápida de informações, já que os emissores e sensores de luz são parte essencial das comunicações por fibras ópticas.
Zhenyang Xia e seus colegas da Universidade de Buffalo, nos EUA, deram sua contribuição para que essas possibilidades se tornem realidade.
Eles criaram um fotodetector - um sensor de luz - em nanoescala que detonou com a concorrência.
"Nós criamos um componente extraordinariamente potente e excepcionalmente pequeno que converte luz em energia. As aplicações potenciais são entusiasmantes porque ele poderá ser usado para produzir tudo, de painéis solares mais eficientes a fibras ópticas mais potentes," disse o professor Qiaoqiang Gan, coordenador da pesquisa.
Fotossensor
A miniaturização do fotossensor foi possível porque a equipe encontrou uma maneira de resolver dois problemas que vinham atrapalhando a redução no tamanho desses componentes: a diminuição do tamanho dos materiais de filmes finos normalmente degrada sua qualidade, além de torná-los virtualmente transparentes, o que reduz justamente sua capacidade de captar a luz.
Xia usou uma membrana extremamente fina de cristais do semicondutor germânio - material padrão nesse campo - e a colocou em uma nanocavidade. A nanocavidade é feita de uma série de moléculas interconectadas que, juntas, fazem a luz recircular, permitindo sua captação com mais eficiência.
Com isso, embora a miniaturização tenha deixado o material muito mais fino, ele funciona como se fosse muito mais grosso, graças a essa reciclagem da luz.
A equipe pretende agora testar sua técnica usando outros semicondutores.
"E, igualmente importante, ajustando a nanocavidade podemos controlar o comprimento de onda que realmente queremos absorver. Isso abrirá o caminho para desenvolver muitos componentes optoeletrônicos diferentes," concluiu o professor Gan.