Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/08/2015
Fósforo negro
Já imaginou ter um computador com um processador de fósforo, viver em uma Era do Fósforo e eventualmente até trabalhar em um Vale do Fósforo?
Todo esse entusiasmo está vindo de algumas equipes que estão trabalhando com o fosforeno, ou fósforo negro, um material monoatômico como o grafeno e que começou a mostrar seu potencial há pouco mais de um ano.
Esse potencial agora se mostrou ainda maior do que o esperado, conforme relata uma equipe da Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul.
Ambipolar
Os transistores que formam todos os circuitos eletrônicos precisam ser fabricados em dois tipos: positivo e negativo. Isto exige o uso de materiais semicondutores com excesso de elétrons (tipo n) ou com excesso de lacunas (tipo p).
Para dar esse aspecto positivo ou negativo ao semicondutor é necessário que o silício seja dopado, ou seja, receba pequenas quantidades de outros elementos.
O que se descobriu agora é que o fosforeno é ambipolar, podendo funcionar como tipo p ou como tipo n, sem a necessidade de adição de elementos dopantes.
A equipe fabricou transistores de fosforeno do tipo p e do tipo n variando apenas a espessura do material e os contatos metálicos usados para ligar os transistores ao circuito.
Entusiasmo
Mas talvez os cientistas tenham-se deixado levar pelo entusiasmo.
Embora a ambipolaridade e a alta mobilidade dos elétrons apresentadas pelo fosforeno coloquem o material como um substituto em potencial para o silício, o material monoatômico sofre dos mesmos problemas que os demais materiais bidimensionais: é muito difícil fabricá-lo mesmo em quantidades para uso em laboratório. Em escala industrial, então, é um sonho distante.