Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/10/2015
Piscar das estrelas
Quanto mais fraca for a luz que se quer detectar, ou quanto maior for a precisão necessária para aferir a emissão de uma fonte de luz, maior deve ser a estabilidade do feixe de luz de referência usado para avaliar a eficiência do dispositivo que estiver sendo construído ou testado.
Este é o caso do detector de luz do Observatório Espacial Cheops, um telescópio que está sendo construído pela Suíça, e que deverá ser lançado em 2017.
O objetivo é que o Cheops consiga detectar a luz de exoplanetas de dimensões comparáveis às da Terra. Para isso, ele deve medir a menor variação de luz possível de cada estrela, variação esta gerada quando um pequeno planeta passa à sua frente. Os instrumentos atuais têm precisão suficiente apenas para detectar planetas do tipo gigantes gasosos, do tamanho de Júpiter ou Saturno.
Fotômetro
Ao construir o sensor de luz do telescópio, os pesquisadores da Universidade de Berna deram-se conta de que não existia um instrumento capaz de produzir uma luz com uma estabilidade suficiente para ser usada como referência para aferir a precisão do telescópio.
Então François Wildi e seus colegas construíram um, um fotômetro capaz de medir a luminosidade de uma fonte de luz - neste caso uma estrela - com uma precisão inédita de 0,002%.
Esta precisão é 10 vezes superior à exigida pelo próprio observatório, o que é necessário para aferir a validade dos dados do instrumento.
Encomenda da NASA
O ganho de precisão foi possível criando um ajuste para a intensidade do feixe de luz. Ativando o que os pesquisadores suíços chamam de "dedo móvel", que obscurece mais ou menos o feixe de luz, torna-se possível ajustar sua intensidade e, por decorrência, sua estabilidade.
Assim que apresentou seus resultados em um congresso, a equipe recebeu a encomenda de pelo menos mais um aparelho igual ao seu, que será utilizado na missão TESS, um outro telescópio caçador de exoplanetas que está sendo construído pela NASA.