Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/12/2008
Um novo tipo de membrana, desenvolvida por engenheiros da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, promete uma nova era na separação de água e óleo.
No futuro, o novo material poderá ser empregado na limpeza do meio ambiente em casos de derramamento de óleo, na purificação de água para consumo humano e em várias outras aplicações industriais e domésticas, incluindo óculos antiembaçantes e vidros autolimpantes.
Atração da água e repelência do óleo
O grande feito dos pesquisadores foi unir as propriedades de atração da água e de repelência do óleo em um único material, duas características que normalmente são mutuamente exclusivas. A seguir eles adicionaram o material a um filtro de fibra de vidro comumente usado em laboratórios para avaliar seu rendimento.
"Nós pegamos misturas de óleo disperso em água e as passamos por estes filtros e estamos atingindo índices de separação de 98%," conta o engenheiro Jeffrey Youngblood. Os filtros usados no experimento, quando não revestidos com o novo material, deixam passar praticamente todo o óleo juntamente com a água.
Membrana de filtração
A membrana consiste de uma camada de polietileno glicol que teve suas moléculas acrescidas de um grupo funcional à base de flúor. As moléculas de água são atraídas pelo polietileno glicol, passando através da camada do grupo funcional, que age como uma barreira para as moléculas de óleo.
Além da limpeza de áreas contaminadas por vazamentos de óleo e da reciclagem de óleos e águas industriais, a tecnologia poderá ser utilizada na purificação de água por meio de um processo chamado osmose reversa. Esse processo exige um "pré-filtro" para remover qualquer traço de óleo, que poderia danificar a própria membrana da osmose.
Os filtros atualmente existentes para essa função são cumulativos, precisando ser trocados regularmente, tão logo sejam encharcados com o óleo. Na nova membrana, contudo, a troca não será tão freqüente porque o óleo não adere ao material filtrante, podendo ser retirada continuamente por um processo chamado filtração de fluxo cruzado.
Outra aplicação do novo material, bem distante dos ambientes industriais, será a fabricação de óculos e pára-brisas antiembaçantes e vidros autolimpantes, impedindo que a água forme gotas sobre a superfície.