Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/06/2010
Cientistas da Universidade de Twente, na Holanda, descobriram que o sistema de fotossíntese de uma bactéria pode ser usado para transportar luz por longas distâncias.
Para demonstrar o fenômeno, a equipe do professor Cees Otto construiu uma espécie de fibra óptica molecular, mais de mil vezes mais fina do que a espessura de um fio de cabelo humano.
Proteína da fotossíntese
Todas as plantas, e algumas bactérias, usam a fotossíntese para gerar energia a partir da luz do Sol, em um processo complexo e ainda não totalmente compreendido pela ciência.
Mas sabe-se que algumas proteínas transportam a energia capturada do Sol no interior das células, levando-a a um ponto onde a energia é armazenada.
O que os pesquisadores fizeram foi isolar as proteínas do chamado Complexo de Coleta de Luz, responsável por transportar os fótons capturados da luz solar.
Fibra óptica molecular
O próximo passo dos pesquisadores foi utilizar as proteínas para construir sua fibra óptica molecular.
As proteínas foram dispostas em linha e fixadas sobre um substrato, formando uma espécie de fio.
Quando estão na bactéria, essas proteínas transportam a luz por distâncias de até 50 nanômetros.
Mas, ao disparar um feixe de laser sobre o seu fio de proteínas, os pesquisadores verificaram que a luz viajou por distâncias até 30 vezes maiores, atingindo 1,5 micrômetro - uma distância "gigantesca" em se tratando da nanotecnologia.
Painéis solares
"Essas proteínas são tijolos de construção que a natureza nos dá de graça. Usando-as nós podemos aprender mais sobre processos naturais, como o transporte de luz na fotossíntese. Quando entendermos a natureza, poderemos copiá-la," disse Otto.
"Conforme a pesquisa avançar, poderemos ser capazes de usar o princípio das fibras ópticas moleculares, por exemplo, em painéis solares," acrescenta ele.
As experiências no campo da chamada fotossíntese artificial estão entre as mais pesquisadas para a criação de uma nova geração de células solares mais eficientes e mais baratas.
Outra abordagem promissora, baseada no metal lítio, usa uma espécie mais simples de fotossíntese artificial para gerar eletricidade e hidrogênio - veja Sociedade do Lítio: da água do mar ao hidrogênio.