Com informações do ESO - 09/06/2015
Fluxo de champanhe
Na região mais brilhante desta nebulosa resplandecente chamada RCW 34, o gás é aquecido de forma dramática pelas estrelas jovens, expandindo-se em direção ao gás mais frio à sua volta.
Assim que o hidrogênio quente atinge o limite exterior da nuvem de gás, ele é liberado para o vácuo exterior, tal como o conteúdo de uma garrafa de champanhe quando se retira a rolha - um processo não coincidentemente chamado de fluxo de champanhe.
No entanto, a região de formação estelar RCW 34 oferece mais do que umas tantas "bolhas de champanhe", já que, no coração desta nuvem, parecem ter ocorrido múltiplos episódios de formação estelar.
Esta nova imagem obtida pelo telescópio VLT, no Chile, mostra uma espetacular nuvem vermelha de hidrogênio brilhante, por detrás de uma coleção de estrelas azuis situadas em primeiro plano.
Essas estrelas produzem um efeito dramático na nebulosa. O gás que é exposto à forte radiação ultravioleta - como acontece no coração desta nebulosa - ioniza-se, o que quer dizer que os elétrons escapam dos átomos de hidrogênio, que brilha intensamente com uma cor vermelha característica.
Hidrogênio cósmico
O hidrogênio é a matéria-prima de fenômenos como o fluxo de champanhe, além de ser um indicador de regiões de formação estelar. As estrelas nascem a partir do colapso de nuvens de gás e portanto são abundantes em regiões com enormes quantidades de gás, tais como a RCW 34, o que torna esta nebulosa particularmente interessante para o estudo da formação e evolução das estrelas.
Observando para além da cor vermelha, constata-se a existência de muitas estrelas jovens, com massas de apenas uma fração da massa do Sol. Estas estrelas parecem juntar-se em torno de estrelas mais velhas e massivas situadas no centro, enquanto apenas algumas se distribuem na periferia.
Esta distribuição levou os astrônomos a consideraram que devem ter ocorrido diferentes episódios de formação estelar no coração desta nuvem. Três estrelas gigantescas formaram-se num primeiro evento, tendo então dado origem à formação de estrelas menos massivas na sua vizinhança.