Com informações da Agência Fapesp - 26/05/2022
Centros de Pesquisa em Engenharias
A FAPESP (Fundação de Amparo à Ciência do Estado de São Paulo) anunciou a criação novos centros de pesquisa em engenharia (CPEs) em parceria com as empresas Embraer, Ericsson e GlaxoSmithKline (GSK).
"A FAPESP já possui parcerias com grandes empresas, como a GSK, Stellantis, Embrapa, Equinor, Koppert e diversas outras por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia. Esse é o maior programa de cooperação em pesquisa entre a academia e empresas do país," disse Marco Antônio Zago, presidente da instituição.
O programa CPEs (Centros de Pesquisa em Engenharias) tem como objetivo produzir e disseminar pesquisas de ponta, com potencial de geração de alto impacto econômico e social por meio da inovação.
Desde a criação do programa, em 2017, foram criados e entraram em operação 20 centros. Junto com os três novos, eles mobilizarão mais de R$ 1,5 bilhão em atividades de pesquisa nos próximos anos. Dessa forma, o montante de R$ 325 milhões alocados pela FAPESP no programa será multiplicado em quase cinco vezes.
Aviões elétricos
O Centro de Pesquisa em Engenharia para a Mobilidade Aérea do Futuro (CPE-MAG), a ser constituído em parceria com a Embraer, será instalado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, com investimento previsto de R$ 48 milhões nos próximos cinco anos.
Os projetos serão conduzidos por pesquisadores da instituição e da empresa, em parceria com pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) - o centro deverá reunir mais de cem pesquisadores.
Um dos objetivos do novo centro será desenvolver pesquisas sobre tópicos inovadores para a indústria aeronáutica nacional, incluindo redução de emissões, sistemas autônomos e projeto e manufatura avançada. Algumas das linhas de pesquisa em redução de emissões, por exemplo, serão o controle de máquinas para a propulsão elétrica e a integração aeropropulsiva de aeronaves elétricas.
"Ao projetar um avião com propulsão elétrica, em vez de propulsão por motores de combustão interna por turbinas a gás, como o das aeronaves existentes hoje, é preciso adaptar uma série de parâmetros para realizar a integração dos novos propulsores elétricos. Esse desafio será um dos temas de pesquisas que serão realizadas no âmbito do novo centro," disse Domingos Alves Rade, professor do ITA e pesquisador responsável pelo CPE-MAG.
Desenvolvimento de rede
O Centro de Pesquisa Redes e Serviços Inteligentes para 2030 (Smartness), que será constituído em parceria com a Ericsson e sediado na Unicamp, terá o objetivo de desenvolver pesquisa de ponta em redes de computadores e serviços de aplicações digitais focadas em áreas estratégicas, nas quais impactos científicos e tecnológicos podem ser alcançados até 2030.
Com a implantação da quinta geração para redes móveis e de banda larga (5G) e o desenvolvimento do 6G, os principais desafios do novo centro serão projetar e operar infraestruturas de computação em nuvem e rede com capacidade para alavancar a próxima geração de serviços de internet e novas aplicações.
O foco de pesquisa do centro será nas áreas de computação de borda, programabilidade de redes, arquiteturas cognitivas, segurança e sustentabilidade.
O centro contará com a participação de pesquisadores do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, das universidades de São Paulo (USP), do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e das universidades federais de São Carlos (UFSCar), do ABC (UFABC), do Amazonas (UFAM), do Espírito Santo (UFES), de Goiás (UFG), do Pará (UFPA), do Rio Grande do Norte (UFRN), de Campina Grande (UFCG), do Ceará (UECE), de Uberlândia (UFU), da Bahia (UFBA), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Pampa (Unipampa). O centro contará ainda com a colaboração de pesquisadores da Ericsson Research.
Imuno-oncologia
O Centro para Pesquisa em Imuno-Oncologia (CRIO), que será criado com a GSK e sediado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, terá o objetivo de encontrar novos alvos para imunoterápicos em tumores que não respondem bem aos tratamentos atuais, além de buscar marcadores que possam predizer quais pacientes responderão melhor à imunoterapia.
"As imunoterapias têm sido uma nova esperança para muitas pessoas, mas elas trazem pelo menos dois problemas: dependendo do tumor, entre 12% e 60% da população não responde ou tem uma baixa resposta ao tratamento. Outra questão são os efeitos colaterais. Ainda que sejam, em média, muito menos frequentes do que na quimio e radioterapias, uma parte dos pacientes pode ter reações severas que podem levar à suspensão do tratamento," explicou Kenneth John Gollob, coordenador do CRIO.