Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/11/2020
Famílias de buracos negros
A equipe internacional responsável pelos laboratórios de detecção de ondas gravitacionais LIGO (EUA) e Virgo (Itália) liberaram um catálogo que adiciona nada menos do que 39 detecções de eventos que resultaram na formação de buracos negros.
Isto representa três vezes mais eventos de ondas gravitacionais do que as detectadas nas duas primeiras rodadas, elevando o total de detecções para 50.
Com essa variedade, a equipe conseguiu isolar vários tipos de colisões de corpos celestes que dão origem a buracos negros, incluindo o menor e o maior buraco negro detectados até hoje, variando de 150 vezes o tamanho do nosso Sol até três vezes maior.
Os sensores também detectaram o primeiro buraco negro binário formado a partir de buracos negros altamente assimétricos, bem como vários buracos negros binários com propriedades de rotação únicas.
"Estamos vendo eventos muito mais complexos, nos quais a natureza realmente está nos mostrando seu lado fascinante," disse Jacob Lange, do Instituto de Tecnologia de Rochester (EUA). "Poderemos aprender física e astrofísica muito mais interessantes com essas detecções."
Catálogo de buracos negros
O grande número de detecções permitiu classificar os eventos e os corpos celestes envolvidos naquilo que os astrônomos estão chamando de "famílias de buracos negros", que descrevem como são os buracos negros típicos, quantos deles existem, como a população de buracos negros mudou com a evolução do Universo e outras propriedades importantes.
"Quanto mais acrescentarmos a este catálogo de eventos, mais poderemos começar a fazer declarações sobre a população deles em geral," disse Lange.
"Este catálogo representa um aumento significativo no tamanho da amostra em relação ao nosso lançamento anterior. É como um censo que fornece dados para as pessoas verem se seus modelos físicos são consistentes com o que acontece no Universo. Isso tem implicações para a relatividade geral, para a física das estrelas e para o comportamento da matéria em energias que não são possíveis em um laboratório terrestre. No futuro, isso pode realmente nos ajudar a mudar nossa compreensão das coisas na Terra," acrescentou Daniel Wysock, da Universidade de Wisconsin-Milwaukee.