Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2010
A faixa perdida de Júpiter
Em maio deste ano, astrônomos amadores descobriram que Júpiter havia perdido uma de suas listras.
Agora, cerca de seis meses depois, a gigantesca faixa parece estar começando a reaparecer.
A imagem acima é uma composição de três imagens coloridas tiradas em 18 de novembro, pelo telescópio Gemini Norte, no Havaí. A imagem composta mostra os primeiros sinais da faixa que começa a se formar novamente.
As três imagens usadas foram captadas em três regiões diferentes do espectro infravermelho - 2,12 micrômetros (azul), 1,69 micrômetro (amarelo) e 4,68 micrômetros (vermelho).
Ao 1,69 micrômetro, os cientistas veem a luz solar refletida pela cobertura principal de nuvens de Júpiter - as mesmas nuvens que são vistas na luz visível.
Em 2,12 micrômetros, a imagem mostra a luz solar refletida por partículas de maior altitude, bem acima da formação principal de nuvens.
Em 4,68 micrômetros, é possível ver a emissão térmica resultante dos topos das nuvens de Júpiter, com as emissões mais quentes vindo da atmosfera mais profunda, onde há uma menor cobertura de nuvens.
Na região à esquerda do centro, dentro do quadro branco, é possível ver uma erupção atípica, muito brilhante. Outras erupções menores também já podem ser vistas.
"A razão pela qual Júpiter parece 'perder' essa faixa - que se camufla entre as faixas brancas ao seu redor - é a diminuição dos ventos de subsidência, que são secos e mantêm a região sem nuvens," disse Glenn Orton, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. "Uma das coisas que estávamos procurando em infravermelho eram indícios de que o material mais escuro que vem do oeste do ponto brilhante era realmente o início da limpeza na cobertura de nuvens, e foi precisamente isto o que nós vimos."
Esta cobertura de nuvens claras é formada por gelo de amônia, que é branco. Quando as nuvens brancas flutuam em uma altitude maior, elas obscurecem o material marrom que flutua em uma altitude menor.
Esta é a terceira vez que se registra o desaparecimento da faixa de Júpiter. O fenômeno foi observado pela primeira vez em 1973 e repetiu-se em 1990.